A minha disponibilidade sempre foi, modéstia à parte, famosa lá no trabalho. E confesso, sempre me tenho orgulhado disso. Nunca fui de entrar tarde nem de sair cedo e mesmo quando via a minha hora de saída condicionada pelo acesso a transportes, muitas vezes me estiquei pensando que depois logo se veria o que fazer…

Ontem sai do trabalho por volta das 17h30. O que tinha urgência de ser feito feito estava. Não estava tudo porque nunca está, porque há sempre mais.

Fui buscar a minha filha ao colégio e nada paga o sorriso que fez quando me viu chegar. Fomos os dois para casa de Metro (sim, ela gosta muito de andar de Metro) e ainda deu tempo para uma léria de conversa com a dona da mercearia da rua.

Em casa vimos desenhos animados juntos e ainda treinámos algumas palavras em inglês. Dei-lhe banho (contando com meia-hora de brincadeira aquática) e depois do jantar ainda me deitei um pouco com ela.

Processei algumas fotografias da viagem a Nova Iorque, vi uns episódios de umas séries de televisão de que gosto, escrevi este artigo e, antes de ir dormir ainda vou ler um bocado…

A minha disponibilidade sempre foi, como já disse, famosa lá no trabalho. A Susana e a Patrícia agradecem, e isso sente-se, quando ela aparece cá por casa… Ao fim e ao cabo, esta é a minha casa.

No passado Sábado logo pela manhã, ainda mal refeitos da noitada de Halloween, saímos cedo para nos dirigirmos à Quinta Pedagógica dos Olivais. A Susana tinha feito a marcação durante a semana para que os 3 fossemos até lá para aprender a fazer “Bolinhos de Pão por Deus” que basicamente são broas de erva-doce.

Pão por Deus

A Quinta Pedagógica dos Olivais fica tal como o nome indica, nos Olivais e já existe à 11 anos algo que, na minha opinião é extraordinário tendo em conta que a entrada na mesma é gratuita.

Este projecto da Câmara Municipal de Lisboa tenta aproximar os cidadãos da realidade rural em particular e da natureza em geral.

Não só podemos encontrar espalhados pela quinta os mais diversos animais que associamos à vida campestre tais como cabras, ovelhas, vacas, cavalos, burros, porcos ou patos mas também encontramos uma verdadeira exploração agrícola em várias pequenas hortas que por lá há. Curioso é o facto de que os frutos dessas mesmas hortas estão à disposição dos visitantes, de forma gratuita, numa bancada própria para o efeito onde se deixa a nota que, caso o visitante tenha alguma semente ou planta que gostasse de ver por lá criada, basta que a leve e a equipa da quinta se encarregará do resto.

Para além desta vertente a Quinta Pedagógica dos Olivais proporciona ainda vários eventos todos os meses onde se ensinam as mais variadas coisas desde fazer pão a fazer espantalhos, identificar cogumelos etc…

Uma forma diferente de passar uma manhã em família, aprendendo e com diversão na dose certa.

Já agora, os bolos ficaram mesmo muito bons.

Na noite de Halloween (ou eloin como diz a Patrícia) fizemos a vontade à miúda e lá fomos nós a um jantar de bruxas e monstros vários ali para os lados da Ajuda.

Halloween Night

No restaurante Estufa Real foi organizada uma festa de Halloween para miúdos (e acreditem que há igualmente graúdos ou melhor dizendo, graúdas, que levam a coisa igualmente a sério) composta por um concurso de abóboras, um a jantar em buffet (entrada de fritos, prato de queijos e enchidos, sopa, leitão ou peru e sobremesa), peça de teatro infantil e concurso de máscaras.

Bem, a grosso modo deu para a Patrícia se divertir até meio da tal peça (ao ar livre e às 10 da noite o que se revelou um pouco fresco para as crianças mascaradas mas enfim…) altura em que a birra do cansaço se revelou e já só deu tempo para mais um café.

E sim, ela foi mascarada. De esqueleto. Sonho antigo mesmo para uma miúda de 4 anos.

Isto de chegar a casa todas as noites a horas de dar um beijo de boa noite à minha filha de 4 anos não está com nada.

Não há dinheiro que pague.

Podem fazer o favor de colocar o ênfase da frase anterior onde bem entenderem.

Como nota de rodapé fica o facto de cada vez melhor entender o porquê da criatividade ser tão bem paga por esse mundo fora.

Lá fomos nós outra vez ao Rock in Rio 2008. E desta feita levámos a Patrícia ou não fosse ontem o Dia Mundial da Criança. Pitas pitas e mais pitas, petulância e a música electrónica novamente a salvar a honra do convento.

Tokio Hotel. Porquê?

Não me estou a ver a comentar aqui um espectáculo dos D’zrt e como tal confesso não saber o que dizer sobre estes Tokio Hotel. O jovem – deixem lá essa coisa do andrógeno que a grande maioria dos putos e pitas (donde virá a expressão? Alguém sabe?) nem sabe o que isso é – tem a encenação bem montada e os amigos vão atrás. Isso é Tokio Hotel. O mais estranho é ver as tais pitas de 12, 13 ou 14 anos (não andei a pedir identificações mas não me pareceu ver por lá pitas de 15 ou 16) de mini-saia e meias de rede preta, unhas pintadas de preto ou vermelho vivo e soutiens de renda com visível desejo de sairem dos decotes largos. Não que tenham lá algo que os encha mas habilidosas mãos lá saberão como os puxar para cima… A sério, é estranho. Mais estranho ainda, só mesmo ver os pais (sempre muito fashion estilo Linha) encantados a fotografar as filhas que choram borrando a maquilhagem enquanto soluçando garante que “… tinha tanto para lhe dizer” referido-se ao Dragon Ball que acaba de deixar o palco… estranho. Muito estranho.

Joss Stone ou o Capuchinho Vermelho.

“I’m fucking freezing” disse ela quando se sentiu um pouco mais à vontade. Após uma entrada um pouco envergonhada foi ganhando forma e já está. Serve-se uma miúda gira, com pinta e com um vestido por demais vaporoso para uma noite de Verão que podia perfeitamente ser de Inverno tal era o frio que estava. O vestido ajudava a aquecer a plateia. Pelo menos parte dela. A sua actuação foi assim tipo Winehouse de pernas para o ar. Cantou e encantou e diz quem viu todos os detalhes, surpreendeu.

A tenda VIP.

Uma entrada especial lá ao fundo desterrada. Não entendi bem porquê. Onde está a entrada da tenda VIP é o jogo que se segue. Volta não volta lá chegámos. Passadeiras, check-in mais chek-in e seguranças de cara séria até chegar lá ao fundo onde os ditos são substituidos por jovens airosas de mini-saia fardadas. Gente. Muita gente. Anda-se melhor lá fora. Quando nos empurram sempre temos para onde ir. Na tenda VIP nem por isso.

Entre o bacalhau com grão (sim, bacalhau com grão) e tomate com pesto (Portugal descobriu a delicia italiana), a muita bebida de borla era a estrela da tenda. Havia muito boa gente (gente daquela que aparece muitas vezes nas revistas) com dois copinhos na mão. Não vá o mundo acabar… O silicone também abundava. E a laca. Tanta laca que por lá havia. Por vezes o cheiro desta chegava a competir de perto com o cheiro a caracol. Sem comentários. Já ao final da noite, as postas de salmão deram um toque quente à noite (já que as mantas que por lá foram distribuidas não chegavam para toda a gente – naturalmente porque havia quem carregasse às 3 e 4) e para nós anunciaram a saida.

A batida selvagem da tenda electrónica.

Uma vez mais a tenda electrónica é quem salva a honra do convento. E quem me conhece sabe que dificilmente me apanham a comprar um disco de tal música mas, convenhamos, quando a disposição está voltada para esse lado, quando quem mistura sabe o que faz e põe a musica ao ritmo do coração, os pés mexem sozinhos (mesmo que por vezes não precisem de mexer muito) e a cabeça faz o resto. Desta vez foi a Patrícia a estrela da noite e quase que podia jurar que, tivesse ela já idade para tais aventuranças era vê-la a saltar para cima das colunas… Está na hora de colocar juízo na cabeça daquela miúda. Próxima paragem: Opera.