Battlestar Galactica - Crossroads Part II

“Como todas as coisas humanas, a Justiça é imperfeita. Tem falhas e imperfeições. Mas são precisamente essas imperfeições que nos distinguem das máquinas e que talvez tornem a nossa espécie digna de salvação.”
– Juiza no julgamento de Gaius Baltar

Que final meu Deus. Que agonia será agora esperar 10 meses (mesmo 10 dias que fossem). O vicio é alimentado pela qualidade. Frases como “Let’s make a Cylon baby” ou “I want a toaster love” fazem cada vez mais sentido. E este episódio “Crossroads Part II” de Battlestar Galactica… É quase como se eles não estivessem lá, perdidos no meio do espaço. É quase como que um episódio de Teias da Lei mas muito, muito à frente… O discurso da testemunha final (quem diria???) é hipnotizante. Lá, sentados no lugar do Juiz, decidiríamos nós de diferente forma?

A entrada do Coronel Tigh e da Tory Foster na Sala de Comando, as suas disponibilidades apresentadas… A cena é de outro mundo. Eles acabaram de se consciencializar de que são na realidade máquinas, iguais às que tanto odeiam.

E a música? O efeito desta enquanto os Vipers saem dos tubos de lançamento? Mesmo quem nunca gostou do senhor Dylan (haverá quem?), mesmo quem nunca ouviu o Hendryx. Aquela música, All along the Watchtower, foi feita, premonitóriamente, para aquele momento.

O aparecer da Starbuck (a fazer lembrar uma entrada de nave espacial série B, década de 60, puxada por arames, ocupando o ecrã todo) sem ser esperada mesmo quando todos sabemos que só pode ser ela e mais ninguém a sombra que foi avistada pelo Apollo. A serenidade com que ela lhe diz, nos diz, para não nos preocuparmos, que ela nos vai levar à Terra. Um anjo, nuvens brancas, um riso.

Para quem nunca viu Battlestar Galactica está aqui um episódio para se apaixonar.

Nota: Este post foi escrito muito, muito a quente. Já revi o episódio 3 vezes e certamente ainda há muito para dizer mas fica para mais tarde. So say we all.

Battlestar Galactica. A série dramática do Sec. XXI. A inovar em todos os aspectos. Battlestar Galactica Videomaker Toolkit é um conjunto de mais de 50 efeitos visuais e de audio para os fans da série poderem criar os seus próprios mini-filmes de 4 minutos. Estes pequenos videos podem depois ser colocados no site do SCIFI para serem apresentados aos outros fans. O video favorito do produtor será depois transmitido durante uma emissão de BSG.

O Domingo passado começou cedo. Oito da matina e já estava eu em frente à televisão. Silêncio na casa. Mãe e filha dormiam ferradas e eu vi nisso a oportunidade de poder finalmente assistir a Exodus part II, o quarto episódio da terceira season de Battlestar Galactica. E Deuses, que episódio este. Aliás, que série esta. Tudo o que se pode querer de boa ficção cientifica. Mas vamos por partes que nem toda a gente sabe do que falo certo? Pois bem, falo de uma nova série (nova, bem, já vai na terceira season não é???) que fez por se distinguir daquilo que alguns insitiam já em chamar de remake da Galactica da década de 80.

Corria o mês de Setembro de 1982 quando os Sábados passaram a ter como fim de tarde garantida, uma estadia frente ao televisor para assistir na RTP 1 à série Galactica. Assim foi até Março do ano seguinte. Galactica 1980 foi depois transmitida até Outubro desse ano. Estas Galacticas do seculo passado mereceram lugar de destaque e mantiveram-se como referências para muitas pessoas da minha geração (trintões). Mesmo que os detalhes fossem já vagos, as aventuras de Apollo e Starbuck contras os Cylons e as suas luzes vermelhas dançando ao som de um “by your command” metálico, mantiveram-se bem vivos.

Eis que em Dezembro de 2003, mais de 20 anos depois, surge Battlestar Galactica 2003, a mini-série. Ficámos a saber que os Cylons tinham sido criados pelos Humanos mas que 40 anos antes da acção, se tinham revoltado e após uma violenta batalha partiram em busca de um espaço próprio. Foi construida uma estação espacial para servir um único propósito: Tentar criar uma relação diplomática entre Cylons e Humanos. Durante 40 anos os Humanos enviaram um representante. Os Cylons nunca o fizeram. Até então…

Os Cylons evoluiram. Eles podem agora parecer-se com seres Humanos. Eles movem-se por uma fé e não por um qualquer ditador com chapéu à Badaró. Os Cylons acreditam em Deus, uno e omnipotente. Os Humanos são politeistas. Que melhor motivo para tudo começar?

Assistimos à destruição das 12 Colónias pelos Cylons e à sobrevivência de 47.000 humanos que partem pelo espaço em busca da 13ª Colónia: A Terra.

Já deu para reparar que se trata de algo completamente novo não? Duas amigas diseram -me há uns dias atrás que esta nova série deve estar a fazer sucesso devido às gajas… Pois. Isso é efectivamente um detalhe importante. Tal como eu referi atrás os Cylons podem agora ter formas humanas (skin jobs como lhes chamam os Humanos) e por acaso, o género preferencial é o feminino. Ainda por cima abusando das formas esculturais, lá se vão multiplicando (sim, existem muitas cópias) entre loiras e morenas… No entanto há que ter em consideração que, essas mesmas amigas que fizeram o comentário sobre as gajas disseram também que a Galactica antiga é que era, que mais não fosse para ver o Apollo, lindo de morrer… Pois…

Os primeiros quatro episódios foram a mini-série melhor cotada de sempre no Sci-fi Channel. A série em si ganhou o galardão da melhor série televisiva de 2005, atribuido por entidades nem sempre associadas ao publico apreciador de ficção cientifica tais como a revista Time ou a Rolling Stone… Agora digam-me que é só por causa das gajas…

Agora voltando a Exodus Part II. A cara da Starbuck quando percebe que Kacey não é sua filha, a cara de Saul enquanto Ellen lhe morre nos braços, morta por ele, pensando que o amor entre duas pessoas pode fazer esqueçer tudo. A cara de Gaius Baltar enquanto uma Number Three lhe pergunta se ele realmente acredita que a guerra um dia possa terminar. O argumento dessa mesmo Number Three… A Galactica a entrar na atmosfera de New Caprica, os Vipers no ar e puuff… Já foi. O sacrificio da Pegasus e o filho desobediente… A cena final em que Adama corta o bigode, volta para o meio da tripulação. Grande mudança. Ele mudou. Tudo mudou. Passam por ele. Saudam-no. Ele já não tem bigode. Está tudo na mesma. Nada mudou. Em busca da 13ª colonia: A Terra.

Nota: Em Agosto do ano passado, mais precisamente no dia 15, feriado, Segunda-feira, a SIC transmitiu de uma assentada só a mini-série (os tais quatro episódios) Battlestar Galactica 2003 como se fosse um telefilme. Alguém viu? Entre o dia e a hora, é certo que não. Desde então não mais se ouviu falar em tal coisa nas nossas televisões. Recentemente em Portugal foi editada em DVD a série classica pela Universal. Ao contrário do resto do Mundo onde a série foi tratada digitalmente e até apresenta som 5.1, a nossa edição parece ser uma cópia e de pouca qualidade de uma qualquer edição em VHS e com o som 2.1. Pois. É para ser fiel ao original certamente.

Quanto a esta nova série, ao público Português restam apenas duas opções: Ou vai comprando as excelentes edições em DVD que vão saindo por esse Mundo fora (sem legendagem em Português) ou então grava as emissões da MulaTV ou da TorrentTV… Que remédio…

Já não é novidade para ninguem que eu gosto muito de ver séries e faço alguns sacrificios para as ver. Destes, o mais recente é esperar até á meia-noite e meia para assistir diáriamente a L Word (ou como lhe chamaram em Portugal, A Letra L) na 2. L é de Lesbian e é de lésbicas que a série nos fala. Pelo menos é assim que é apresentada e isso só por si faz com que algumas pessoas não queiram ver a série e outras estejam doidas para tal mas pelas razões erradas (erradas ou não as mais correctas ou ainda não as mais justas).

L Word mostra-nos a realidade diária de um grupo de mulheres lésbicas que vive em Los Angeles e que como toda a gente, procuram viver felizes sabendo que, devido a amarem de uma forma diferente da culturalmente estabelecida, tal nem sempre é facil. É um drama no sentido televisivo da palavra mas é na verdade uma série que nos mostra de forma muito bem humorada, sensivel e sensual (não vejo maneira de mostrar a relação entre mulheres que não assim), a luta para a realização pessoal e profissional destas mulheres enfrentando todos os entraves externos e não só (uma das personagens, Jenny, insiste em casar com o namorado mas descobre que o feminino é uma atração talvez mais forte) que lhes vão aparecendo. E estas mulheres são tal e qual todas as outras (e outros também). Não estamos a falar das lésbicas dos tempos das nossas mães, o estereotipo de blusão de cabedal pós 25 de Abril e cigarro ao canto da boca… Além disso, há as que querem ter filhos, as que só dão valor à carreira, as que querem alguem diferente todas as noites sem nunca assumirem compromissos.

L Word

A vida corre bem para aqueles lados. Está bem… É muito luxo, muito glam… Apartamentos lindos e telemóveis topo de gama. Profissões de sonho e tudo o mais. Não se esqueçam: é Los Angeles. Se fosse em Nova Iorque a coisa seria diferente…

A série merece a plenitude da bola vermelha que ganhou ao canto do ecran. Entre beijos apaixonados ou uma lingua que passa aqui e ali, cabeças que desaparecem entre pernas ou outras posições, sons e expressões que nos deixam adivinhar orgasmos que só elas poderão saber como se sentem, também as falas lá estão todas e desta feita até a legendagem ajuda. Quando se diz fazer amor é fazer amor mas quando se diz outra coisa é mesmo outra coisa que se lê. É certo que por vezes quase nos leva a pensar “Será que elas não pensam noutra coisa senão ir para a cama com outras mulheres?” ou “Será que as gajas lésbicas vão todas para a cama no primeiro encontro?” mas dizem para ai as más linguas que toda a gente pensa no assunto muito mais do que aquilo que admite. Mesmo assim, que não fique a ideia de que a série é só isto. Por exemplo o tema “sexo entre amigas” é muito focado com enfase no amigas e não no sexo. Sabem aquela conversa do “Pode o melhor amigo de um homem ser uma mulher?” Imaginem o pano para mangas que pode dar quando falamos de lésbicas…

Começada a exibir nos Estados Unidos ainda em 2004, L Word já conta com três epocas completas e prepara-se a quarta. Vai introduzindo novos personagens e novos tramas e ao que parece sem perder o interesse. Já há obviamente vozes que se levantam contra a série mas por enquanto, tendo em conta o que já vi fico naquela de que, vozes de burro não chegam ao céu…

E eis que dá frutos…

O Sci Fi Channel anunciou a criação de um spinoff de Battlestar Galactica: Caprica. A acção irá decorrer cerca de meio século antes de Battlestar Galactica, quando o povo das 12 colónias vive em paz no planeta que dá o nome à série. Segundo o anuncio feito, a sociedade em Caprica não difere muito da nossa exeptuando o grande avanço tecnológico que facilita muito a vida a toda a gente. É na senda desse avanço tecnológico que um dia se chega à concretização de um sonho já antigo: fundir a inteligência artificial com um corpo mecânico. Nasce o primeiro Cylon…

Vamos assistir à vida em Caprica na pele de duas familias, os Graystones e os Adamas (o nome diz-vos algo???) e é com elas que vamos ver intriga, politica, sexo, acção e tecnologia fazendo de Caprica a primeira saga familiar de ficção cientifica.

Continuo sem entender porque é que Battlestar Galactica não pegou por cá. Está a ser um sucesso no mundo inteiro (onde é transmitida e onde não é). Trata-se de ficção cientifica de facil acesso a quem não é propriamente fã de monstros de três olhos e cinco braços. Não me canso de referir que Battlestar Galactica é essencialmente uma série dramática com grande ênfase na politica e nos sentimentos “humanos”… Sim. Confesso-me. Estou viciado. E ninguem me convence que a Tenente Sharon Valerii é ruim… Se tiverem dúvidas vão dar uma olhada na edição de Março do ano passado da revista Maxim americana. Não se vendeu por cá? No problema. Podem ver as fotografias da Grace Park na Maxim Online. E não. Ela não está nua. Um pouco menos vestida do que aquilo a que estamos habituados. Ao fim e ao cabo, um cylon não pode andar por ai de lingerie preta e botas de salto alto…

Ok. Então querem saber mais novidades sobre a Battlestar Galactica? Sempre frescas? A guardar religiosamente nos bookmarks o Unofficial Battlestar Galactica Blog.