Um mosquetão é uma peça metálica com um segmento móvel a que vulgarmente se chama gatilho e por onde, normalmente, se passa uma corda. É usado essencialmente para ligar componentes em situações que requerem grande segurança.

Como figura de estilo, um mosquetão tem todo o sentido quando se fala de uma relação entre duas pessoas. A solidez do aço e do aluminio pode ser aligeirada, ainda que momentaneamente e mesmo que em diversas alturas, pela pressão no gatilho. Aligeirada, não quebrada. Aligeira, abre, prende, fecha, liga. Está seguro.

Os mosquetões existem em diversas formas e cores. Um coração cor-de-rosa. Grande. Rosa. Forte. Foi assim que a Susana o definiu. Foi assim que o vi e perguntei: O teu?

Mosquetão, coração... Rosa, grande e forte.

A resposta que queria era obvia. A resposta que tive… Bem, a resposta de quem diz “Está cá. Basta que saibas como cá chegar” é uma resposta muito boa para quem se conhece há tanto, para quem se conhece tanto…

Sim, os mosquetões são críticos para a segurança em muitas actividades. Saber da sua necessidade é prova da preocupação com essa mesma segurança. Concretizar, do desejo que ela exista. Perceber? Perceber só pode ser prova de amor. E nós percebemos.

“Acreditar, acreditar, acreditar… Em fadas…”.

Há uns anos atrás, eu e a Patrícia cantarolávamos estas palavras muitas vezes quando a ia deitar… Ao contrario do que diz a parvoíce popular, acreditar em Fadas não é uma coisa má. É algo bom e bonito. É acreditar de forma inocente, só porque sim, sem pedir nada em troca…

Os anos passam e eu continuo a acreditar em fadas.

Believe. I do.

Hoje foi a Susana que me disse “acredita”. E eu acredito. Acredito e agradeço. Obrigado amor, por tudo quanto te devo um obrigado que por alguma razão não o disse. E obrigado também por isto, por satisfazeres este meu desejo, esta minha necessidade, de constantemente precisar saber que há algo pelo qual lutar, algo em que acreditar.

I do.

(3×3;1×2;4×9;2×3;1×6;3×6;4×7) + (2×4;3×6;1×5;2×3) + 23 + (1×2;2×6;3×6;4×7) + (1×3;2×3) + (2×6;1×2;1×6;3×6;3×7;3×6)!

(2×3) + (2) + (4×7;2×8;4×7;1×2;3×6;1×2) + (1×7;2×3;3×6;4×7;1×2) + (2×7;2×8;2×3) + (2×3;2×8) + (1×6;2×3) + (2×3;4×7;2×7;2×8;2×3;3×2;3×4)…

Um destes dias a Patrícia pediu-me que lhe comprasse a revista Visão Júnior. Seguindo a ideia de que coisas para ler nunca são demais, lá lhe fiz a vontade e trouxe para casa o exemplar deste mês, o número 84.

Visão Júnior Elefante

Vista que estava, e lá lida à sua maneira, vai-se deitar e eu, como de costume, acompanho-a para a leitura de mais umas páginas das suas aventuras de vampiros. Ao voltar à sala, está a Susana a ler a Visão Júnior, mais precisamente, a secção de curiosidades do reino animal. Entre outras que me cita eis que vem esta:

Os elefantes dormem apenas duas horas por dia

Ora, a coisa podia ter ficado por ai mas, num toque de graça magistral por tão natural que foi, após um breve silêncio, a Susana levanta os olhos da revista e olhando para mim diz: “Amor, és quase um elefante.”

Sexy… Mas um pai (e um marido) vive para ouvir estas coisas… Lindas…

 

A minha disponibilidade sempre foi, modéstia à parte, famosa lá no trabalho. E confesso, sempre me tenho orgulhado disso. Nunca fui de entrar tarde nem de sair cedo e mesmo quando via a minha hora de saída condicionada pelo acesso a transportes, muitas vezes me estiquei pensando que depois logo se veria o que fazer…

Ontem sai do trabalho por volta das 17h30. O que tinha urgência de ser feito feito estava. Não estava tudo porque nunca está, porque há sempre mais.

Fui buscar a minha filha ao colégio e nada paga o sorriso que fez quando me viu chegar. Fomos os dois para casa de Metro (sim, ela gosta muito de andar de Metro) e ainda deu tempo para uma léria de conversa com a dona da mercearia da rua.

Em casa vimos desenhos animados juntos e ainda treinámos algumas palavras em inglês. Dei-lhe banho (contando com meia-hora de brincadeira aquática) e depois do jantar ainda me deitei um pouco com ela.

Processei algumas fotografias da viagem a Nova Iorque, vi uns episódios de umas séries de televisão de que gosto, escrevi este artigo e, antes de ir dormir ainda vou ler um bocado…

A minha disponibilidade sempre foi, como já disse, famosa lá no trabalho. A Susana e a Patrícia agradecem, e isso sente-se, quando ela aparece cá por casa… Ao fim e ao cabo, esta é a minha casa.