Ontem à tarde, enquanto testávamos no trabalho um novo interface de publicação web, reparei num documento em que o titulo estava centrado, em maiúsculas, e em que o corpo do texto se encontrava justificado às margens. Tendo em consideração o respeito que tenho pelo meu colega e pelo trabalho que desempenha (e muito bem diga-se à vontade pois sei que ele não visita este site) questionei as decisões de desenho do documento em questão. Porquê o titulo centrado? E porquê em maiúsculas? Bem, porque tudo aquilo daquela forma? Entre algumas respostas verdadeiramente corporativas saiu uma frase que me chocou: “Uma coisa que tu não podes é mudar o gosto das pessoas!”.

Quem são as pessoas?

Quantos de entre os visitantes cá do site gostam de ver títulos centrados nas páginas que visitam? E quantos de entre esses mesmos visitantes gostam de títulos em maiúsculas? Bem, sei que grande parte desses mesmos visitantes é batido nestas coisas de Internet, já andam por aqui há uns anos e coisa e tal e sabem bem o que se entendeu representar neste mundo digital com as frases em maiúsculas certo? Pois. Serão vocês as pessoas? As quais eu não posso mudar o gosto? Se calhar sim. Se eu estiver a falar aqui do meu site. A ver: Eu escrevo para mim é certo. Mas escrevo para vocês também. Vocês são a minha audiência. Mais do que uma vez eu perguntei por aqui “o que acham” sobre isto ou aquilo. O vosso gosto interessa-me. Mesmo assim, posso tentar mudar o vosso gosto. E se o fizer, posso até conseguir. Mas sei, mais ou menos, o que vocês gostam. Que mais não seja porque vos pergunto. E as pessoas a que o meu colega se referia? Será que lhes perguntaram alguma coisa?

O uso e o standard.

Como não se perguntou a toda a gente que usa a Internet qual seria a melhor forma de apresentar um documento (entenda-se documento por algo tão simples como um press release) na web, o uso foi sendo baseado em alguns standards e tornando-se assim por si mesmo um standard. A diferença entre isso e uma decisão completamente arbitrária do que deve ser a disposição dos diferentes elementos de um documento quando na web é o fundamento algo cientifico de muitos e longos testes feitos desde que o Tim Berners-Lee se lembrou desta coisa do html. Assim, alinhamos coisa à esquerda, porque os nossos olhos fazem scan às páginas da esquerda para a direita e focamos mais tempo a direita logo, é lá que colocamos o essencial. O facto de alinharmos as coisas dá-nos também uma ancora espacial tornando a leitura de qualquer documento mais fácil pois o nosso cérebro sabe onde se dirigir para o começo da leitura. Da mesma forma existem argumentos bem fundamentados para não escrever tudo em maiúsculas. Escrever tudo em maiúsculas ocupa cerca de 30% mais espaço em qualquer página e torna a leitura mais lenta e mais aborrecida.

Educar para crescer melhor

Depois de toda esta lenga-lenga a minha pergunta para a plateia: Não posso mudar o gosto das pessoas? Não devo sequer tentar? Não será nosso papel enquanto designers educar mentalidades? Não que não sejam já educadas mas abrir-lhes os olhos a novas disciplinas, a novas ideias, no nosso caso, passar do papel ao digital?

Já foi há uns dias. Bem, muitos dias. O quê? A viagem que fizemos a Amesterdão. Já estava nos nossos planos há algum tempo mas os preços das viagens aéreas para o pais das tulipas sempre nos pareceu demasiado elevado. Até um dia. Lá fomos.

A Chegada

O aeroporto de Amesterdão é algo de colossal. Gigantesco. Já com o avião em terra, a pista passa sobre a autoestrada causando uma sensação estranha a quem vai no avião mas imagino o quão estranha será para quem vai nos carros. Parecem bastante organizados os holandeses. Identificámos de imediato os caminhos a seguir para chegar ao comboio que nos levaria ao centro da cidade. Uma pequena paragem para um um hamburger tardio e lá fomos. Tal como previsto, 40 minutos depois chegámos à estação central de Amesterdão.

O aniversário da Rainha.

No dia 30 de Abril comemora-se em toda a Holanda o aniversário da Rainha e tal festa é levada mais a sério em Amesterdão. Bem, talvez sério não seja o termo mais correcto. A população fica doida e sai toda para a rua vestida de laranja, cantam, dançam, fumam e bebem. Muito. Assim que saimos da estação, já cerca da meia-noite, vimos de imediato o efeito que tal festa tem na cidade. Não se dava um passo que não fosse sobre copos de cerveja vazios ou montes de beatas ainda fumegantes. Estranhamente, o cedo da hora (pelos padrões de festa portugueses) mostrava já toda a gente a regressar a casa. A noite acaba cedo naquela cidade.

Nadia Hotel, um lugar a ter em conta.

Hotel NadiaOs hotéis em Amesterdão são caros. Aliás, tudo é caro em Amesterdão. Quando estávamos a planear a viagem, com muito pé atrás, tínhamos já reservado hotel para as 6 noites pela assustadora quantia de 1300 euros. E isto sem pequeno-almoço e sem as taxas municipais obrigatórias (tipo 5% ao dia). Na ante-véspera da partida recebemos um e-mail do Hotel Nadia informando sobre uma desistência de última hora e questionando se ainda estaríamos interessados. O Hotel Nadia tinha sido um dos nossos contactos esquecidos uma vez que não havia vagas. Sim, esse é outro detalhe importante: Nesta altura do ano, é muito difícil arranjar hotel em Amesterdão. Está tudo lotado. Adiante. Hotel Nadia, quase metade do preço, muito, mas mesmo muito central, com pequeno-almoço e taxas incluidas. Mas mais importante ainda, 14 entre os cerca de 350 hotéis de Amesterdão comentados no Trip Advisor.

À chegada, tal como comentava quem por cá já passou, as malas foram levadas para o quarto e foi-nos oferecida uma bebida enquanto esperávamos na sala do pequeno-almoço. Mais uma vez, tal como se lê nos comentários pela Net, uma sala pequena mas muito, muito engraçada.

O nosso quarto ficava logo no primeiro andar mas mesmo que fosse num dos outros não me pareceria mal. As escadas podem assustar mas é mesmo só até as subirmos e percebermos que não custam assim tanto. Quarto pequeno (talvez o mais pequeno em que alguma vez ficámos) mas com tudo o que poderíamos precisar: Cama de casal, roupeiro, secretária, televisão, frigorífico, cofre e uma magnifica varanda já equipada com duas cadeiras. 20 minutos depois já estava o computador portátil em cima da mesa e ligado a um dos 5 ou 6 routers do hotel, completamente abertos e com uma velocidade espectacular. Internet de graça.

Amesterdão cidade.

Os dias começam cedo quando estamos em viagem. Mas em Amesterdão, nada começa cedo. Só mesmo nós e a sala de pequeno-almoço (que estava muito bom diga-se, com pão, tostas, bolos, doces, manteiga, café, leite e sumos à descrição). Aquela cidade não acorda antes das 10 ou 11 da manhã. Cafés meu Deus. Cafés. Não via cafés abertos. Parecia manhã de Ano Novo em Lisboa.

É agradável passear pelos canais pela manhã por essa razão. Passa-se bem, sem encontrões e a falta de Sol forte contribui também para umas quantas breves lufadas de ar fresco. Sim, que à tarde o cheiro é outro e não é dos mais agradáveis. Amesterdão brinda-nos com a presença em quase todas as ruas de urinóis públicos. Sim, urinóis públicos. E não são daqueles com moedinha e à porta fechada. Não senhor. Ali não há falsos pudores. Quando dá a vontade, vai de sacar da dita e, junto aos artefactos piramidais, aliviar pressões internas. Dá-se o caso de que, grande parte destes equipamentos (as pirâmides entenda-se) serve igualmente para depósito de latas, garrafas e outros recipientes formando montes de lixo acumulado e dando origem aos famosos salpicos de ricochete. Estão a imaginar a coisa não estão? Piora a coisa quando temos em conta que, devido à grande quantidade de líquidos ingeridos pelos locais e a outras coisas ingeridas pelas visitas, dificilmente quem está com vontade de se aliviar consegue andar em linha recta tempo suficiente para alcançar o urinol. Ora, nada como uma cidade como Amesterdão, cheia de arvores por todo o lado para ajudarem nestas horas de aflição. Imaginam agora o cheiro que por lá fica não?

Mas Amesterdão é só isso? E as drogas?

Pois essa é outra guerra. As drogas. Toda a gente sabe que Amesterdão é famosa pelas drogas. Não só mas também. As drogas pesadas são violentamente penalizadas. As drogas leves, não sendo propriamente legais (acho) são toleradas. Assim sendo, as famosas coffee shop’s de Amesterdão lá estão de porta aberta esperando os clientes, com as suas montras decoradas com motivos repetitivos que não variam muito entre os cartoons jamaicanos ou os dourados árabes. Em determinadas zonas, são porta-sim, porta-sim. Ninguém é obrigado a entrar é certo mas ninguém consegue deixar de cheirar mesmo só passando na rua. Ainda pensámos em entrar numa ou outra com menos maus aspecto para comer um bolinho (já deixámos de fumar à tempo suficiente para não experimentar outra vez) mas o cheiro era demasiado forte. A mistura doce da menta com o fumo da erva (que por vezes parecia verde de mais mas mesmo assim o turista contente fumava, fumava, fumava) igualmente adocicado era por demais enjoativo. A parte das drogas lá ficou. Para todos os pijamas andantes que por lá vimos (e eram muitos).

Continua em breve na Parte II… Entretanto sempre podem ver as fotos na minha conta do Flickr.

Sim. Eu sei. O titulo deste post é tal e qual o titulo do post da Maria João Nogueira sobre o mesmo tema. Mas de certeza que ela não se vai importar. Penso que não haverá outra forma de apresentar o que vimos na noite da passada quinta-feira no Passeio Marítimo de Algés. Cirque du Soleil – Quidam. Está quase tudo dito. Não vale muito a pena andar aqui às voltas com fantásticos, maravilhosos, incríveis etc et al

Ao contrário da Maria João, eu consigo ter alguns números favoritos em todo o espectáculo mas nunca deixando de parte a ideia de que todos eles sem excepção são igualmente bons. Calha o caso de que a boca abriu mais com uns do que com outros. Ainda assim, escolher entre as jovens dos Diabolos e a contorcionista nos lenços de seda, a acrobacia em grupo ou o duo de estátuas, é confesso, algo de muito difícil.

Por vezes confundi a pequena Zoe com o espírito de Quidam em si. Por vezes pensei que não, que estavam totalmente afastados. Sai de lá confuso quanto a esse aspecto mas é disso que o mundo (o nosso e o de Quidam) é feito. De pequenas confusões, choques mais ou menos sincronizados, piadas e laivos de seriedade.

Já tinhamos visto um espectaculo do Cirque du Solei (Delirium) e ficámos tão encantados que saimos de lá com ideia de comprar de imediato os bilhetes para o próximo. Foi o que fizemos. Assim estivessem já a vender os próximos e lá estaríamos, outra vez, na primeira fila.

A noite, que tinha começado com um casal amigo a experimentar os novos pratos de lagosta do La Siesta, terminou com o referido casal no bar À Margem a experimentar o Evel Grande Escolha com umas empadas que vieram aconchegar a falta da sobremesa…

Depois das boas experiências com as visitas ao Mundo Mix 2006 e 2007 este domingo lá fomos novamente ao Castelo de São Jorge para visitar o Mundo Mix 2008. Mantem-se a coisa boa que é não pagar entrada no Castelo pelo facto de vivermos em Lisboa mas sinceramente, foi das poucas coisas boas que por lá encontrámos. Aparentemente estavam muito menos expositores do que nas edições anteriores e mesmo assim, dos que lá estavam, muitos pareciam mais “pro”, muito mais “marca firmada” do que os stands dos anos anteriores. A Patrícia ia em busca dos Sapos gigantes que dançaram com ela no ano passado mas disseram-lhe logo à entrada que os Sapos este ano não tinham aparecido. Mais um ponto negativo. A Susana comprou dois colares(nas Joias da Rita e na Shopsu) pois é dos poucos sítios onde ela encontra colares que realmente gosta e sem metal, e eu não cheguei a tirar uma única foto. Há dias assim… Valeu pelo espectáculo de dança que a Patrícia deu uma vez mais fazendo com que as pessoas de vários stands fossem saindo para a ver à medida que ela ia passando. Acho que se para o ano que vem ela não for, já dão pela falta dela. Por falar em falta, demos pela falta da Isamachine que o ano passado lá estava em força. E então João? Desistiram?

Bem, valeu o passeio de domingo em família que sabe sempre bem e o almoço no restaurante Rio Coura (ali na Rua Augusto Rosa à esquerda da Sé) onde comemos uma bela parrilada mista por um preço bastante bom…