Depois das boas experiências com as visitas ao Mundo Mix 2006 e 2007 este domingo lá fomos novamente ao Castelo de São Jorge para visitar o Mundo Mix 2008. Mantem-se a coisa boa que é não pagar entrada no Castelo pelo facto de vivermos em Lisboa mas sinceramente, foi das poucas coisas boas que por lá encontrámos. Aparentemente estavam muito menos expositores do que nas edições anteriores e mesmo assim, dos que lá estavam, muitos pareciam mais “pro”, muito mais “marca firmada” do que os stands dos anos anteriores. A Patrícia ia em busca dos Sapos gigantes que dançaram com ela no ano passado mas disseram-lhe logo à entrada que os Sapos este ano não tinham aparecido. Mais um ponto negativo. A Susana comprou dois colares(nas Joias da Rita e na Shopsu) pois é dos poucos sítios onde ela encontra colares que realmente gosta e sem metal, e eu não cheguei a tirar uma única foto. Há dias assim… Valeu pelo espectáculo de dança que a Patrícia deu uma vez mais fazendo com que as pessoas de vários stands fossem saindo para a ver à medida que ela ia passando. Acho que se para o ano que vem ela não for, já dão pela falta dela. Por falar em falta, demos pela falta da Isamachine que o ano passado lá estava em força. E então João? Desistiram?

Bem, valeu o passeio de domingo em família que sabe sempre bem e o almoço no restaurante Rio Coura (ali na Rua Augusto Rosa à esquerda da Sé) onde comemos uma bela parrilada mista por um preço bastante bom…

Quem me conhece sabe o quanto gosto de Nova Iorque. Gosto tanto que ainda há pouco lá fui e não tarda vou lá outra vez (já estou que não posso). Ora não é de estranhar que ande sempre em busca de coisas interessantes relacionadas com a cidade que não dorme. Eis que encontro mais uma: Out My Window NYC é um projecto do fotografo Gail Albert Halaban que em conjunto com o Design Trust for Public Space está a organizar um documentário fotográfico sobre as vistas de Nova Iorque, o que é que os habitantes da cidade vêem das suas janelas. Vale muito a pena dar uma olhada.

Um Sábado por Lisboa. Podia chamar-se assim o relato do Sábado que passou. O dia começou cedo e o carro ficou à porta de casa. Metro para conhecer a nova estação de Santa Apolónia e toca a subir até ao Panteão Nacional ali na Freguesia de São Vicente de Fora. É claro que há mil e um livrinhos explicando a história do Panteão e da Igreja de Santa Engrácia mas nada como uma boa guia para nos contar todos os detalhes. Conhecem o termo “obras de Santa Engrácia” (tipo túnel do Marquês ou Metro de Almada?)? Já sabemos a história. Tendo em conta que estava muito bom tempo com um dia bem solarengo ainda tivemos a sorte de nos levarem à cúpula e de nos deixarem passear por lá… Coisa pouca… Algumas centenas de degraus para cima e para baixo.

Entre todas as personalidades com direito a túmulo no referido Panteão, continuei sem saber porque diabo não foi para lá o de Fernando Pessoa.

A manhã já ia longa e fomos passear pela Feira da Ladra. Ainda não estávamos lá há 10 minutos e já tinha um trio de jovens nas minhas costas a tentar abrir a minha mochila da máquina fotográfica. Ora ai está uma boa razão para passar a chamar aquele “mercado” de Lisboa de Feira do Ladrão em vez de Feira da Ladra. Há já alguns (muitos) anos que não ia aquela feira mas sempre soube que a melhor altura para o fazer é mesmo pela manhã muito cedo, madrugada até. Tem menos policia e mais interesse…

O almoço veio logo depois. Descemos até Santa Apolónia e numa daquelas tascas num daqueles cafés lá comemos uns fantásticos filetes com arroz de tomate e salada, grelhada mista como prato de carne e ainda uma grande travessa de fruta fresca. Longe vai o tempo do bacalhau com grão como prato único…

O Sol ia ainda alto quando voltámos a subir desta feita por um pequeno beco em direcção à Igreja de São Vicente de Fora para conhecer o mosteiro em detalhe. E que detalhe. Da cisterna do sec. XVI às fábulas de La Fontaine pouco ficou por ver. Não sabíamos por exemplo que é ali que se encontra o panteão dos Branganças. Foi aliás nesse panteão, junto ao túmulo do Rei D.Carlos e do filho, o Príncipe Luís Filipe que a Patrícia apanhou um real susto com a estátua da mulher que chora junto a estes túmulos. A tarde caia e era já hora de descer à Baixa. Garrafeira Napoleão para abastecer um pouco e antes que o Sol se ponha, uma bebida para refrescar n’A Outra Face da Lua. O dia só iria terminar bem mais tarde em casa de amigos, com uma bela jantarada. Só então a Patrícia se deu por vencida e dormiu… Onde vai ela buscar a energia queria eu saber. Dar-me-ia muito jeito para a semana que agora começou…

… quero as minhas chibatadas ou mais uma viagem à Suíça. Já fui e já voltei e não vos dizia nada não é? Mauzinho… Pois é. Fomos até à Suíça (ninguém acertou na pergunta do Flickr) mais propriamente até Geneve para que a Patrícia brincasse na neve. Ao fim e ao cabo a rapariga passou as férias do Verão a desenhar bonecos de neve na areia da praia…

Mais uma vez a Easyjet trabalhou bem. Na hora marcada o avião levanta do aeroporto de Lisboa e a Patrícia, nada com ela… Estávamos nós a fazer uma grande festa com o baptismo de voo da miúda e eis que ela nos deu uma daquelas respostas que só ela dá: Sim, sim. Agora estou a ver o meu livro. Isto enquanto lá fora o avião descolava com o seu ruido e trepidar típico. Nada. Para ela era mesmo só mais uma viagem. Pouco depois já lá estávamos. Pelo menos sempre sorriu quando viu as primeiras montanhas cobertas de neve…


Geneve não estava igual à que conhecemos alguns anos atrás (será o Sindroma Pós-Nova Iorque???). Pareceu-nos mais escura (sim, da outra vez fomos no Verão) e não tão bem cuidada. Detalhes como o chão mais sujo de beatas e pastilhas elásticas são por vezes o suficiente para abalar uma imagem que se tem de um sitio quase imaculado não vos parece? Mas a ideia era acima de tudo ir com a Patrícia para a neve e Geneve parecia-nos o sitio ideal. Bem, a cidade em si não tinha neve (não é assim tão costumeira como se possa julgar) mas todas as montanhas que a rodeiam estava bem cobertas. O plano estava em acção. Mas ainda tínhamos tempo. Primeiro havia que desfrutar um pouco do descanso das férias. Um ou dois dias de passeio por ali e depois lá seguiríamos para a montanha. Geneve tem jardins e parques mas nada que nos deixe de boca aberta. É também uma cidade rica em museus (muito da nossa anterior visita) mas a grande maioria deles não serão os mais atractivos para uma criança de 3 anos. Ainda assim, uma tarde passada no Museu de História Natural da cidade foi uma agradável surpresa. 5 pisos de tudo o que é animal, da pré-história à actualidade. A Patrícia gostou e isso já nos deixou contentes.

Geneve tem mais um problema. Toda a gente fala francês. Bem, alguns falam alemão (o que também não ajuda) mas são muito poucos. Francês é o idioma que impera por ali e o pior é que ninguém fala inglês. Eles percebem porque nós falávamos para eles em inglês e eles respondiam só que respondiam em francês. Chatos. A sério. O maior problema da Suíça estará sem dúvida nos Suíços.

Almost thereA neve. Equipados dos pés à cabeça saimos para a estação de comboio central de Geneve (5 minutos de casa). Bilhetes comprados no dia anterior que a experiência de ser Português também nos ensina algumas coisas. As filas nas bilheteiras são sempre mais que muitas pois o comboio parece ser o meio de transporte favorito destas gentes (seguido de perto pela bicicleta pasteleira e pela trotinete). Directamente para a linha certa o comboio chega com a pontualidade esperada na terra dos relógios. 15 minutos de viagem é quanto basta para sentir o ar mais frio. Sair de um comboio para apanhar outro, o típico, o pequenino que nos levará às entranhas dos Alpes. O primeiro desaire. O bilhete dizia que o comboio saia da Linha 2. Esquecia-se de dizer que era noutra estação que não aquela. Ainda chegamos a tempo de o ver na curva mas o próximo só uma hora depois. Já no comboio com destino a St. Cergue (mui famosa estancia por aquelas bandas) caimos na asneira de perguntar ao revisor qual a estação indicada para descer. Que St. Cergue é muito confuso, que para crianças talvez não seja o melhor, que isto e que aquilo… Que desçam em La Givrine que é melhor. Assim fizemos. Estranhámos a coisa ser um pouco deserta mas enfim, lá nos fizemos a caminho. Luvas apertadas, barretes na cabeça, cuidado com o gelo e começamos a subir. Não se via vivalma. Uma cancela e uma casa de guarda. prontamente sai de lá um tipo que num francês muito muito arranhado só nos sabe dizer que o restaurante fica a 45 minutos de caminho (????). Mas quem é que quer o restaurante? 45 minutos??? Deve estar bêbado ou algo do género… Adiante.

20080118_152445_0644_eUma paisagem por vezes estonteante de mares de branco ponteados a verde e negro, um silêncio daqueles que nos filmes é sempre mau sinal e um ar meio enevoado. Era tudo o que tínhamos pela frente. O tipo tinha razão. 45 minutos. Mais ao passo de 3 anos, com algumas birras e bolas de neve pelo meio. 2 quilómetros e meio a andar na neve. Nada. Não se vê ninguém. Ao longe lá se avistou de quando em vez um caminhante solitário ou um par corajoso mas sempre ao longe, muito longe. como é que isto é possível? Isto não era uma estância de ski? Pois… Chegámos ao tal restaurante. Vazio. Fechado. Aparentemente abandonado no meio da neve, num pico a fazer companhia à bandeira helvética que teimava em esvoaçar para ninguém. Ninguém menos nós que lá estávamos. E alguns outros (poucos, muito poucos) que passavam ao longe, muito longe… Mas agora nada disso interessava. Viemos fazer um boneco de neve, carregados de cenouras para o nariz e cachecóis para o pescoço e não haveria de ser uma calma de morte e um manto fantasmagórico que nos iria impedir. Digo mais, soubéssemos ao que íamos e a paisagem teria sido ainda mais espectacular. E assim estivesse o tal restaurante a funcionar para beber um chocolate quente… 20080118_141031_0571_e Fizemos o boneco (aquilo dá bem mais trabalho do que nós pensávamos), rebolámos na neve, caimos e voltamos a levantar, mandámos bolas uns aos outros, tirámos fotografias e voltámos ao caminho… A Patrícia ainda ficou triste porque não podia levar para casa um pouco de neve no bolso como a avó lhe tinha pedido mas depois de uma breve explicação sobre os vários estados da agua lá se convenceu de que a avó ficaria contente com uns chocolates…

A viagem de volta foi mais soft. Saber onde fica o destino torna a coisa mais fácil e quando a caminhada é acompanhada de um cai-levanta constante (a neve junto ao caminho chegava facilmente ao joelho e um passo mais à frente e estava pela cintura) torna-se mais divertida. Junto à estação de comboio de La Givrine um café com gente (bem, a dona do café e estar lá ou não estar era mais ou menos a mesma coisa) e chocolate quente à vista. Novo desaire. Uma vez mais vimos o comboio passar por nós deixando-nos prontos para mais uma hora de espera. O dia tinha sido proveitoso.

Mas a Suíça tem também outras coisas de boa fama (Não. Essas são na Suécia). Come-se bem por aqui. Provámos as famosas Raclettes suíças, as verdadeiras, com carnes fartas grelhando sobre a chapa a acompanhar a batata cozida servida com pele que cobrimos com queijo derretido no minuto… Um mimo. Os fondues são igualmente famosos e aqueles que menos se conhecem por cá são os Röstis. Não sabem o que são? Nem eu sabia… Batata frita tipo palha, quase esmagada e gratinada fazendo um tipo de panqueca. Originalmente era comida ao pequeno almoço mas com o passar dos tempos e com a adição de outros elementos com cebola, ervas finas e as famosas salsichas, passou a prato principal e símbolo nacional. Também não nos escaparam. Depois de tanta coisa boa há que referir a passagem obrigatória pelo Starbucks. Ok, eu sei que há quem pense que é um simbolo do mal, da globalização, do fim dos pequenos cafés, do … Do raio que os parta. Só quem anda por essas cidades geladas sabe como é bom ter a certeza de que há um sitio onde beber um café que já conhecemos, um chocolate quente 5 estrelas, sempre igual, uns bolos de fatia deliciosos e tudo isso num ambiente que sabemos como funciona… Há sempre quem durma a um canto, quem leia noutro e quem navegue na Internet… E há sempre, sempre, quem fale inglês… Mas do Starbucks falaremos outro dia.

20080117_171208_0451_eConhecemos também uma pequena e maravilhosa pastelaria (assim que descubra a anotação, ponho aqui a rua), onde não só fomos muito simpaticamente bem servidos como comemos um brownie divinal e um café au lait (ou como disse a dona da casa, vraiment un lait au café) perfeito. Tudo ao som de Chopin…

Resumindo que a coisa já vai longa, a viagem correu muito bem. Esperávamos mais birras da Patrícia mas a linguagem universal dos desenhos animados (mesmo quando falados em francês) acalmou os momentos de maior saudade (a miúda passou o tempo a perguntar pelo gato). Que raios, até a Pantera Cor de Rosa que pouco fala, quando abria a boca lá vinham pernas de rã… O regresso a casa foi o costume. 3 malas de porão (quando foi uma só para lá) e não pagámos excesso de peso porque a rapariga do check-in foi simpática.

Conclusão: Para o ano que vem há mais neve. Mas talvez não em Geneve. Chamonix???

Na continuação do relato da nossa viagem a Londres, começo exactamente onde tinha ficado: A tarde de Sexta-feira. Terminado que estava o cruzeiro do Bateaux London resolvemos continuar junto ao rio e o próximo ponto obrigatório era sem duvida o London Eye também conhecido como a roda do Millennium (não, não tem nada a ver ok?).

The London Eye capsuleNa nossa anterior viagem a terras de Sua Majestade ainda não existia tal coisa. Inaugurada a 31 de Dezembro de 1999 (dai o tal Millennium), a London Eye era à data a maior roda de observação do Mundo com os seus 135 metros de altura. A fila para lá entrar era imensa mas entende-se porquê. Como se trata de um dos maiores atractivos turísticos de Londres a segurança é redobrada. Toda a gente é revistada à entrada dos pés à cabeça. A roda leva um máximo de 800 pessoas em cada volta divididas pelas 32 cápsulas (que pesam cada uma só por si algo como 10 toneladas) e cada volta dura cerca de 30 minutos. A Susana queixou-se de que era tempo a mais mas está convencida de que a viagem durou ai uns 15 minutos o que quer dizer que a coisa se leva bem. 26 cm por segundo foi a velocidade que os engenheiros acharam como a mais correcta para ver convenientemente a paisagem que se estende quase por 40 Km. A viagem que começou com o Sol ainda alto terminou já com o fim-de-tarde. Mais um passeio a guardar de memória e em algumas fotografias mais no sitio do costume

West End we go. A noite caia e uma viagem a Londres não seria uma viagem a Londres sem um espectáculo no West End. Da outra vez vimos no Theatre Royal Drury Lane uma exibição de Miss Saigon que nunca iremos esquecer. Queriamos repetir a dose de emoção. A escolha caiu sobre Wicked. Este famoso espectáculo da Broadway estava em exibição em Nova Iorque quando lá estivemos mas como não havia tempo para tudo, passou. Em Londres não passaria. Wicked in the West EndDirectos ao Apollo Victoria Theatre onde os bilhetes já nos aguardavam ainda deu tempo para uma passagem pela Victoria Station para apreciar o reboliço de uma das grandes estações de comboio europeias… De volta à sala. Enquanto abre e não abre aprecia-se o Hall. Nem de propósito, todo verde… Ah, pois, o verde… Vocês ainda não sabem. Wicked é “a história não contada das bruxas de Oz”, que é como quem diz, conta-nos a história de Glinda a bruxa boa e de Elphaba a bruxa… Verde. Lembram-se de “O feiticeiro de OZ“? Não? Não há problema. A história de Wicked conta-vos tudo. E acreditem (mesmo aqueles que viram vezes sem fim a historia da pequena Dorothy) que nem tudo, aliás, muito pouco é o que parece. Wicked vem contar-nos o que se passou para que a bruxa má do Oeste ficasse assim tão má e vem também desvendar o segredo da sua morte. Até lá chegar há muito que rir (que este é um musical bem humorado) e algumas coisas em que pensar que a moral também aqui tem lugar marcado. Numa encenação fantástica (como aliás outra coisa não seria de esperar no West End) e uma produção de outro mundo (aqui os cenários são realmente cenários), as vozes soam como encantadas… A meninice das duas bruxas está presente em cada nota mas as suas vozes podem fazer tremer quando é essa a intenção. A sala (igualmente fantástica e super lotada) vibra. A viagem já está paga. O espectáculo acaba e nós saimos com a clara certeza de que estes momentos são únicos. Outra certeza ainda é a de havemos de voltar.

A noite acaba novamente em Victoria Station. Uns hamburgers sentados a ver quem passa. A viagem continua…