Pedro Rebelo e o Luis Miguel Rocha

Diacho Luis, parece que foi ontem… Parece que foi ontem, que depois de anos a falarmos sem nunca nos termos encontrado, finalmente demos o tal abraço, num fim de tarde entre um copo e conversas mais ou menos filosóficas… Parece que foi ontem…

Tantas vezes conversámos, comentámos… Temas e gostos em comum, histórias dos que cá ficam… E sempre com um sorriso.

Parece que foi ontem Luis, que me perguntaste como estava das minhas dores nas costas e me disseste “Chocolate negro é um repositor imediato de magnésio”…

Também tu partiste cedo demais.

Um abraço Luis Miguel Rocha. Aproveita e descansa um pouco.

Pronto, está bem… Há trabalhar ao sábado e há trabalhar ao sábado no Brick Café. Há trabalhos que se fazem com mais gosto que outros…

Trabalhar ao Sábado no Brick Café Pedro Rebelo

E quando o gosto de trabalhar ao sábado (seja ele muito ou pouco), é mais ou menos o mesmo, tudo se pode resumir ao sitio que escolhemos para trabalhar. Eu sei que isto é válido, tanto para trabalhar ao sábado como em qualquer outro dia da semana mas, tendo em conta que hoje é sábado, fiquemos-nos por aqui, a trabalhar ao sábado no Brick Café.

Este é um bom sitio para trabalhar ao sábado. Principalmente nestes sábados, meio chuvosos, ainda meio indefinidos, quando não se sabe bem para que lado vai o dia cair.

Não se iludam, trabalhar ao sábado no Brick Café, daqui a uma ou duas horas será impossível. Começam a juntar-se os Clientes para o já internacionalmente famoso brunch (sim, já saiu na Monocle) de fim-de-semana e nessa altura, mesmo que o nosso bom senso e educação não estejam nos seus melhores dias, acabamos por dar lugar a quem quer experimentar a tão falada refeição.

Então porque raio é bom trabalhar ao sábado no Brick Café? Porque desde que abre até que chegue a hora do brunch, o Brick Café é igual aos outros dias, sossegado, com boa musica, bons bolos, um grande cappuccino e uma equipa cinco estrelas. Somando a isso tem ainda tomadas de electricidade debaixo das mesas e free wifi. Estão a ver a coisa?

Duas ou três horas de trabalho valem por quatro ou cinco e isso, faz do Brick Café um bom sitio para trabalhar ao sábado.

Haverá outros certamente (aceito dicas e sugestões ok?) mas eu gosto deste.

Sim, que isto de ser pai, tem muito que se lhe diga… E como ser pai não é só receber mimos e beijos doces, pareceu-me uma altura tão boa como qualquer outra para exercer outra das funções de pai: a de educador.

Confesso que já não sei porquê, mas esta manhã, ao entrarmos para o carro, referi a expressão Crazy Train. Daquelas coisas que eventualmente não teria qualquer sentido considerando que, nem de perto nem de longe, falávamos de comboios.

Pergunta-me a Patrícia:

“Pai, de que é que estás a falar? O que é o Crazy Train?”

Ora bem, este é um daqueles momentos verdadeiramente estranhos mas que podem (e certamente acontecem) acontecer na vida de qualquer pai. Chegou a hora de explicar à Patrícia o que é o Crazy Train.

São 8 da manhã. Pai que é pai faz aquilo que tem que ser feito. Saca do telefone, vai ao Youtube e…

“Filha, este “avozinho” continua a dar música a muita gente. Importante é aprender que, independentemente do tipo de música pela qual se tem preferência, há boa música em todo o lado, em todos os géneros. Esta por exemplo, é uma boa música.”

A explicação sobre a paranóia da Guerra Fria, as armas nucleares, o Nash equilibrium e o John von Neumann ficam para mais tarde, com tempo.

Ainda assim, fiquei com muita vontade de propor à nossa filha uma sessão de cinema caseiro este fim de semana: Cobertores, pipocas e Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb.

Ainda na minha aventura de experimentar a Fuji Instax, continuo a andar com ela na mala todos os dias, na esperança de me lembrar que ela ali está quando me cruzar com um daqueles momentos que não podem deixar de ser fotografados.

Esses momentos acontecem, estou certo, todos os dias, várias vezes ao dia. Mas nem sempre olhamos para eles com verdadeiros olhos de ver ou estamos mais concentrados a ver o momento ao lado.

Depois surgem aqueles outros momentos, que só são dignos de ver aos nossos olhos, que só para nós dizem algo.

Este foi um desses momentos. Olhar para a entrada do Metro em Alvalade, enquanto esperava que a Patrícia saísse da escola, e pensar: “Isto tem sentido.”.

Fuji Instax Pedro Rebelo Subway Tower

Através do meu olhar, o poste ganhou vida na minha cabeça. Abri a mochila, tirei a Instax e carreguei no botão. A fotografia saiu, esperei e… Consegui. O detalhe estava lá. Exactamente o que eu tinha imaginado.

Um pouco mais tarde, quando a Patrícia chegou, sem qualquer introdução, mostrei-lhe a fotografia que tinha tirado.

“Que fixe pai. Parece assim uma torre gigante, um arranha-céus do Metro, com uma porta pequenina aqui em baixo…”.

E pronto, o tal momento que para mim tinha todo o sentido, ali, cristalizado num pequeno rectângulo de papel, tinha para a minha filha um sentido idêntico.

Se já estava feliz, mais fiquei.

brand

Depois do post sobre os Vingadores: A Era de Ultron não resisti a ir procurar entre os meus livros de banda desenhada, as várias presenças da Viuva Negra. Scarlett Johansson à parte, a Viuva Negra é, como referi no outro post, um dos meus personagens femininos favoritos em todo o universo Marvel.

Encontrei o #1 do Black Widow Volume 4, lançado em 2010, com argumento de Marjorie Liu e desenho de Daniel Acuna e fiquei com leitura para o final da noite…

Black Widow Vol 4 #1 Pedro Rebelo

Depois resolvi procurar um pouco mais por ela, eventualmente encontrar um bom preço por outros volumes que não comprei na altura. Foi então que descobri no site Bulimia.com uma versão alternativa da Viuva Negra. Em abono da verdade, descobri uma versão alternativa de uma série de heróis…

Como seriam os super-heróis se tivessem corpos normais? Sem as curvas impossíveis dos corpos femininos ou os abdominais à Cristiano Ronaldo super-vitaminado dos personagens masculinos?

Black Widow not a Barbie

Numa abordagem bem humorada aos problemas que a imitação de certos estereótipos podem causar, o Bulimia.com deixa-nos com algumas capas de comics em que os heróis possuem corpos desenhados com proporções mais normais, mais humanas.

Parece-me uma estratégia de valor, uma forma de adereçar ao público certo, um problema sério nos dias que correm.

E vocês? Que vos parece? Quanto à estratégia e quanto aos comics claro.