Sem mais palavras. Porque há obras que já dizem muito de quem as faz mesmo que nos deixem com a promessa de que muito mais poderia ser dito. Dave Brubeck morreu ontem, com 91 anos.

Dave Brubeck morreu ontem com 91 anos

Deixo-vos com The Dave Brubeck Quartet em Blue Rondo A La Turk, a primeira faixa do disco que irá tocar hoje por aqui, em loop.

Investir no blog é uma aposta de futuro. Num mundo de incertezas e instabilidades constantes, o blog é um lugar seguro, um espaço próprio com o espírito que a sociedade de hoje deseja: a partilha.

Muito se ouve falar e muito se lê sobre as redes sociais e sobre a influência destas nas vidas da sociedade contemporânea. Para o bem e para o mal, não há dia em que o Facebook, o Twitter, o LinkedIn, o Pinterest ou outro, não estejam na capa de alguma revista ou jornal. No entanto, os media parecem ter esquecido por completo uma importante fatia dessa realidade social digital: Os blogs. Pelo menos os media portugueses (a revista canadiana Marketing por exemplo, teve o seu ultimo numero dedicado ao Social Media e entre os seus artigos um especialmente dedicado ao blogging)…

Ainda assim, ao que parece, há vida para além do Facebook.

No estudo Social Media Report 2012, recentemente lançado pela Nielsen e pela NM Incite (joint venture Nielsen / McKinsey), mesmo com o Facebook claramente destacado na liderança, podemos observar que redes como o Blogger ou WordPress estão igualmente em posição de destaque tendo até esta ultima, em 4º lugar no ranking, um aumento de 10% no numero de utilizadores em relação ao ano passado.

Social Media Report 2012 - Blogging
Detalhe do estudo “Social Media Report 2012”

E falando do WordPress, 3,661,272,024 de pageviews em blogs alojados no WordPress.com em Novembro.

  • 3,661,272,024 de pageviews;
  • 29,232,069 posts;
  • 9,110,678 páginas;
  • 40,474,215 comentários
Tudo isto sem sair do WordPress.com. Estará toda esta gente errada? E vocês? O que vos parece? Defendem a ideia da morte da Blogosfera*, de uma dormência da mesma ou, tal como eu, a ideia de que a blogsfera há muito que suporta e continuará a suportar uma miríade de outras redes sociais, mesmo quando não se dá por ela?

 
*Referência descarada à apresentação que o Paulo Querido realizou no IV Encontro de Blogs na Universidade Católica em Novembro de 2008.

Já só falta um ano. Mais um ano e já poderei dizer:

Tenho 40 anos. Não estou para aturar estas merdas.

E sim, eu escrevi mesmo isto. Raios, é o meu espaço e todos sabem que é sentido, sabem que tem sentido… 39.

Foto de marie-ll no Flickr

39 anos muito bem vividos.

Se podiam ter sido melhor vividos? Como costumo dizer: Melhor? Talvez. Pior? Certamente. Igual? Tenho a certeza que não.

Tenho vivido que me tenho fartado, dito em bom português. Vivido à grande, à minha maneira. Desde sempre, não me lembro de ser de outra forma. Chatices? Tive muitas. Coisas boas? Mais ainda.

Já passei noites ao relento, dormindo encostado a sinais de transito, já dormi em hotéis com estátuas de alabastro embutidas nas paredes. Já aqueci latas de salsichas em fogueiras, com conchas a fazer de pratos, já comi lagosta em cama de trufas regadas a vodka e já posso dizer que não gosto de caviar.

Já ouvi punk rock em garagens e já ouvi do melhor jazz no Blue Note. Já fui às Berlengas de traineira e sobrevoei Nova Iorque de helicóptero. Vi performances de 10 minutos em casas de juventude e vi operas de 5 horas no Metropolitan…

Já li Nietzsche e Baudelaire, li Pessoa e li Balzac. Li muitas histórias do Pato Donald e do Mickey  e li muitas mais do Batman e dos X-Men. Li poetas, li políticos, li sonhadores e mentirosos… Tantas revistas que li… Li a K de fio a pavio.

Dormi ao ver Star Wars no cinema e dormi num filme chamado Insónia. Vi vezes sem conta a Anne Parillaud a fazer de Nikita e o Ralph Fiennes a fazer de Lenny Nero. Perdi-me vezes sem conta entre o Tannhauser Gate e a estrada de tijolos dourados do Sailor e da Lula.

Bebi branco velho nas tascas. Bebi Tequilla e bebi Metzcal, vi fadas verdes e senhores de farda azul que me diziam para ter juízo.

Joguei xadrez em bares da noite com actores de teatro, conheci estrelas da revista à portuguesa e ouvi o António Variações ao vivo. E tanto que cantei… Cantei para mim, cantei para ela. Cantei na rua com amigos, cantei em muitos autocarros…

Gritei “Morte ao Dantas” agarrado a uma estátua no meio do Cais do Sodré. Declamei “Galileu Galilei” no meio de uma avenida enquanto os carros buzinavam e deixei-me dormir em cima da coluna de uma discoteca.

Apanhei comboios sem um tostão no bolso e voltei sempre a casa.

Empinei papagaios na praia em manhãs de Inverno e fotografei a agua a bater nas rochas muitas noites. Tantas horas passei a olhar para o rio. A sonhar com a cidade…

Dancei tanto Rock n’ Roll. Tanta laca, tanto gel e até tanta brilhantina… Usei calças de ganga com bainhas dobradas para fora e fatos de três peças.

Fumei ervas arrancadas do chão enroladas em folhas de caderno, tabaco de enrolar. Fumei cachimbo e fumei charutos. Fumei 3 maços de tabaco por dia. Dei chá Li-Cungo a um colega e disse que era outra coisa que ele podia fumar… Tanto que ri. E eu ria como ninguém.

E tanto que chorei também. Chorei de amor, sempre pelo mesmo amor. Chorei sem qualquer vergonha. Chorei por pássaros que morreram e por brinquedos perdidos. Chorei por dentro, só para mim, com um sorriso nos lábios (como ela gostaria) quando a minha avó morreu. Apertei a capa negra ao pescoço e lá fui eu em silêncio.

Fui ameaçado de morte no dia do meu casamento ainda antes de ter oferecido o copo d’agua ao som de musica pop japonesa. Não me quiseram baptizar (os padres, sempre os padres) e ainda assim, fui também abençoado.

Parei no meio de estradas desertas para fotografar arco-íris, fui convidado para visitar museus fechados, beber chá e comer scones. Já estive perdido no topo de uma montanha sem saber como descer… Mas desci.

Fiz exames de olhos fechados, e outros sem saber bem porquê. Decidi sempre por mim, o que queria fazer da vida.

Tenho uma filha que me diz que os livros são nossos amigos (não te esqueças miúda, até os maus livros servem sempre para alguma coisa). Tenho a quem amar.

Porque escrevo tudo isto agora? Sei lá eu se para o ano terei tempo para o fazer. Sei lá se para o ano cá estarei. Está dito, está dito. Para o ano tenho 40 anos e já vos disse como vai ser.

Sim, eu agora também sou um utilizador de Mac mas, tal como em outras religiões organizadas nas quais me integro antes de mais por inerência dos contextos sociais, também aqui, nesta coisa dos computadores, tenho algumas questões no que se refere a dogmas.

Quando é bom é bom mas quando é menos bom, não há razão pela qual deva dizer que é o melhor. Dizer que é menos bom não é dizer que é mau.

Fica abaixo um pequeno video cuja popularidade cresce ao minuto. Podia ser um anuncio ao iPad:

iPad Mini. É o melhor iPad. Ainda que…

Adiante, considerações linguísticas à parte, não sei se o iPad Mini é bom. Não tenho um. Também não tenho um iPad dos outros, sem ser mini, mas já tive o gosto de experimentar um e fiquei agradado com o que vi. Agora, entre o iPad Mini e o iPod Touch…

A nossa ideia de ver todos os filmes de James Bond até à estreia de Skyfall já foi por agua abaixo… Bem, já vimos um, o primeiro, James Bond, Dr. No. É um começo certo?

James Bond Skyfall no browserd.com

Como já estou certo de que tão cedo não temos disponibilidade para ver mais, ao menos que nos calhe o dito Skyfall e se tudo correr bem, pode já ser no próximo fim-de-semana que não me importo nada…

Há já muito que um trailer de James Bond não me causava grande impacto ou pelo menos, não me despertava tanto interesse. Com Skyfall parece haver um back to basics, um James Bond mais negro?

A ver vamos se o filme cumpre o prometido.