Quantos de entre os visitantes habituais do browserd.com me perguntaram já pelas reviews de restaurantes deste ano? Ora aqui fica uma em jeito de bom começo. E que bom digo eu. Leiam e digam se concordam.

O Limoncello é um pequeno restaurante na Rua Nova do trindade, mesmo frente à porta principal do teatro. Só pela localização já se poderia fazer um bom agoiro.

Restaurante LimoncelloNuma zona nobre da cidade, ponto de referência de locais e estrangeiros, o Limoncello ainda assim corre o risco de passar despercebido. E isso não é obrigatoriamente uma coisa má. Se ficar casa para connoisseurs, no sentido de quem aprecia as coisas boas a preço justo, terá garantidamente clientela para o manter e com um sorriso nos lábios dos seus proprietários. Adiante.

Tínhamos mesa marcada para as 20. Chegámos à hora e fomos levados ao andar de cima. Sala curta junto à cozinha, bem arejada e iluminada graças às janelas que tomam toda a parede deixando ver a rua e quem passa… Também marca pontos com isso.

O que se vê é o esperado num restaurante de comida italiana. Da cadeira tradicional ao individual de ráfia que faz a vez da já mui batida toalha aos quadrados. Uns nichos iluminados nas paredes ajudam a compor um ambiente ao mesmo tempo mais requintado e caloroso dando ao espaço as cores que se querem ao jantar.

Chegados todos quantos iríamos comer, à mesa vem de imediato o azeite pingado a vinagre tinto, uma pasta (Seria de atum? Estava boa, foi toda) e umas azeitonas verdes. Tudo a seu tempo, somos então a escolher de entre uma larga lista (à primeira vista não esperaríamos tanta diversidade) que ia das tradicionais pizzas às carnes, passando pelas pastas e risottos. Felizmente não se deixou levar pela moda de dar aos pratos nomes com 4 parágrafos e 12 linhas… Teriamos frente a nós uma verdadeira lista telefónica… Das antigas.

Spaghetti Nero Quattro Formaggi no LimoncelloEscolhemos entre todos, 3 risottos distintos (de camarão, de cogumelos e vegetariano) e uma pasta, Spaghetti Nero Quattro Formaggi. Tendo optado por este ultimo prato, fiquei a pensar se teria sido a escolha correcta uma vez que grande parte das minhas experiências com “quattro formaggi” são decepcionantes, principalmente pela falta de equilíbrio nos queijos utilizados o que acaba por resultar em pratos demasiadamente fortes e enjoativos. Não foi o caso no Limoncello.

As doses muito bem servidas, pela quantidade e pela aparência, encantavam logo ao chegar. O Spaghetti Nero Quattro Formaggi cheirava verdadeiramente a queijo mas não denotando primazia de um deles, o que a mim muito me agradou. Estava perfeito também no sabor e na textura. Al dente como se quer o que, nas pastas negras nem sempre é facil de conseguir.

O risotto de camarão que provei estava igualmente delicioso. O arroz no ponto e o marisco sem ser regateado fizeram do prato outra das estrelas da noite. Sem provar mas ficando a nota de ouvido, o risotto vegetariano e o de cogumelos estavam, diz quem os comeu, também muito bons.

A refeição foi acompanhada com um Dão Tinto Casa de Santar 2008 que, como de costume, correspondeu às expectativas.

Durante o repasto, o acompanhamento da sala foi excelente, sem ser intrusivo ou maçador, ficamos com a sensação de que, se fosse necessário algo, estava ali alguém para ajudar.

sobremesas no limoncelloChegada a hora das sobremesas, imperava a indecisão. A sugestão da casa foi pronta e aceite de imediato: Um prato com algumas das especialidades caseiras ali servidas: Mousse de Chocolate, Pannacotta, Pudim de ovos e  o já clássico Tiramisu. De apresentação original, as sobremesas estavam ao nível dos pratos principais, todas muito boas. Ainda que o Tiramisu não fosse o doce favorito de nenhum dos presentes, serviu o prato para escolher o favorito de cada um, que fica como nota para próximas visitas. Por mim, a Mousse ou a Pannacotta são as eleitas.

Como na mesa havia quem não tolerasse o açúcar, adequa-se a oferta da casa ao gosto do Cliente e, veio à mesa uma manga fatiada que, sendo servida normalmente com um pó de açúcar, desta feita veio só.

Não havia o que não gostar no Limoncello.

Entre uns dedos de agradável conversa com o dono da casa, fomos presentados à mesa com um cálice de Limoncello e uma grappa para outros gostos, antes da chegada dos cafés. O já famoso “garoto clarinho” não veio tão “clarinho” como desejado mas, a prontidão para trazer um mais claro foi grande e imediata e uma coisa compensa a outra.

Concluindo, e da forma como comecei, numa apreciação global do Limoncello: Muito bom. A voltar em breve e, garantidamente, mais do que uma vez.

Restaurante Limoncello
http://www.limoncello-chiado.com
Tipo de cozinha: Italiana
Horário: Das 12:00 às 15:00 ao almoço e das 19h30 às 24:00 para jantar.
Preço médio: 20€
Morada:Rua Nova da Trindade nº 10 C
Telefone: +351 21 346 25 75
Pagamento: Numerário / Cartões

Há uns dias escrevi aqui sobre a nossa visita ao Lisboa Souk, o “Mercado Árabe” que se realizou no Castelo de São Jorge. Na altura referi o desapontamento que foi mas também referi a parte boa, a exibição de umas jovens dançarinas que durante alguns minutos encantaram os visitantes do Castelo com um espectáculo de Dança do Ventre.

Fica aqui o registo em video de uma das suas exibições:

Querem mais? Com um bocadinho de sorte ainda tenho mais um video… A ver se o encontro…

A minha primeira historia de Ficção Cientifica (escrita)

Tens 7 anos, feitos ainda não há 2 meses. Não é novidade que gostas de cenas Geek, de naves, Vulcanos e Cylons… Ainda que normalmente te faças notar mais no campo da fantasia, com vampiros, lobisomens e  múmias… Vais ter tempo para escolher e se calhar escolhes os dois… Não sei. A ver vamos…

Mas hoje, hoje o que me leva a escrever aqui, é a vontade de te dizer (ainda que hoje talvez não o entendas da mesma forma que o vais entender daqui a uns anos) que adorei a primeira história que tu escreveste, que é ficção científica da boa, daquela que até tem ciência lá pelo meio…

Eu percebi… Uma nave que ia para a lua com um homem, ficou presa na cauda de um cometa… Muitos anos depois, na Terra, resolveram enviar outra nave para a Lua e no caminho, esta também ficou presa na cauda do cometa que voltava a passar. Os astronautas que lá iam, viram a outra nave que lá estava e foram conversar. Perceberam então que, na Terra já se tinham passado 100 anos mas ali, só passaram 15 segundos.

O brilho dos teus olhos quando nos ofereceste a história, poderia perfeitamente ser a cena de abertura de um filme inspirado na tua história…

Obrigado.

 

A Patrícia está por casa dos avós… Está de férias. E de alguma (estranha) forma, nós também. Aproveitando a manhã de Sábado para dormir até mais tarde (ainda que as portadas do quarto insistam em nos lembrar que o Sol lá forma já brilha há muito), e parte da tarde para tirar a barriga das misérias entre séries de televisão e um piscar de olhos ao sono, eis que o calor lá fora acalma e é hora de sair à rua.

Lisboa Souk no Castelo de São Jorge

Apanhámos um táxi (que andar de carro pelos bairros populares de Lisboa é falta de bom senso) quase à porta de casa e seguimos para o Castelo de São Jorge. É um dos nossos spots de eleição há já muitos anos e a ideia de um mercado árabe (souk) dentro das suas muralhas era coisa que apelava a ver. O Mundo Mix já há muito que ganhou a nossa presença por lá e a esperança era de que fosse algo semelhante. Desta feita, desilusão.

Não fossemos nós habitantes de Lisboa (logo não pagando entrada no Castelo de São Jorge) e garanto que me arrependeria para o resto da vida dos 7 euros que se pagam à entrada.

Fraco, muito fraco. Muito poucas tendas e pior, grande parte delas sem nada terem a ver com o tema. Um souk é um mercado árabe certo? Pois aquele, de árabe tinha mesmo muito pouco. Valeu o palco onde se pôde assistir a uma exibição de dança do ventre mas cujo brilho foi rapidamente toldado por uma mini cornucópia (mal) recheada a doce de ovo e paga a preço maxi na “tenda” de Óbidos onde duas “senhoras medievais” serviam aparentemente sem grande vontade de ali estar.

Resumindo, passámos mais tempo junto à muralha, a apreciar a cidade, do que propriamente no mercado. Este souk está riscado da nossa agenda.

Livros de Artista na livraria Fabula Urbis

Sabem o que são os Livros de Artista? São assim algo como que livros especiais, feitos pelo próprio artista, muitas vezes feitos à mão, muitas vezes exemplares únicos ou, em numero muito reduzido.

Descíamos do Castelo, pela Rua de Augusto Rosa quando nos deparámos com a Livraria Fabula Urbis (e mais uma vez me lembrei do sonho: um dia ainda tenho uma coisa daquelas…), pequenina, num cantinho (neste caso, numa pontinha), recheada de livros, de letras, de cores… No primeiro andar, como que em casa de amigos, os livros em cima da mesa, as imagens nas paredes e a janela com vista sobre a cidade. Imagino mil coisas naquele espaço…

Os gelados da Fragoleto

Já na Baixa, a caminho do espectáculo de abertura do Festival dos Oceanos, uma paragem na Gelataria Fragoleto. Sendo que no dia-a-dia já é quase ponto obrigatório à hora de almoço, desafiei a Susana a provar um sabor diferente (como quase todos na Fragoleto): Carapino que é como quem diz, Caramelo, Nata e Pinhão. Uma vez mais, não desilude e encanta. Provavelmente, os melhores gelados de Lisboa.

A Praça do Comercio e o Relógio Oficial do Festival dos Oceanos

Estava previsto o arranque do Festival dos Oceanos às 21 horas. Concerto anunciado de Joss Stone com a primeira parte a cargo dos portuenses X-Wife. A coisa começa mal. Para além do atraso, a voz que tentava animar o povo que começava a amontoar-se na Praça, manda pérolas como “A mui nobre e mui leal cidade de Lisboa”… Perdoai-me o perfeccionismo mas, antes estar caladinho não? O estandarte da cidade está lá para quem o quiser ler: Mui nobre e sempre leal. Convenhamos, de nada serve ser mui leal se só o for de quando em vez

Eis que 30 minutos depois do previsto, lá tocam os X-Wife. Agradável surpresa. Nós gostámos. Mais dos novos temas do que dos antigos mas enfim, gostámos. Tirando a altura em que o vocalista diz estar a gostar de estar ali, com a vista do mar… Deixamos os comentários por aqui. Gostámos dos X-Wife e é isso que vamos lembrar.

Joss Stone. Vem que não chega…

Muitas musicas depois, os X-Wife dão a coisa por terminada. Diz “a voz” que a Joss Stone está prestes a chegar. Havia quem acreditasse. Nós, nem por isso. E mal sonhávamos. Meia-hora depois dos X-Wife, por volta das 23 horas, volta “a voz” a dizer que “O relógio oficial do Festival dos Oceanos marca 5 minutos.”. Marcava efectivamente. Marcava 5 minutos para as 23h05. Mas só isso.

Lá chegou então a Joss Stone. O publico vibrava (então o publico que estava à nossa frente vibrava que se fartava entre a garrafa de litro de Sagres e o que quer que fosse aquilo que estavam a fumar e, solidariamente, a partilhar o fumo connosco) mas essencialmente, com o que via ou imaginava que estivesse visível nos ecrãs de vídeo ao lado do palco. O palco propriamente dito deve ter ficado como brinde para os que se encontravam no primeiro quarto da praça frente a ele. Tudo o resto… Bem, imaginam a coisa…

Joss Stone tem voz, tem sim senhor. E tem presença. Bastante. Simpática, sorridente mas, fica a nota: é para ver noutro contexto. Sem qualquer desprimor para o Festival dos Oceanos, de que muito gosto e que considero louvável iniciativa mas, a musica e a voz da Joss Stone mereciam efectivamente que se conseguisse ouvir e nós não conseguíamos. Fosse pelos constantes “com licença”, pelas distrações (por vezes mais agrestes) dos que não pediam licença, ou pela simples algazarra dos que se tentavam encontrar no meio da praça, gritando ao telemóvel “Aqui! Aqui!” enquanto o acenavam no ar, esperançosos de que o seu ecrã fosse distinguido nas centenas de outros, pertença de quem teve igual ideia.

Fomos para casa por volta da meia-noite. A Rua Augusta ainda brilhava com as ultimas esplanadas a fechar, gente e mais gente que a descia (iriam ainda a caminho do concerto?) e nós, que, descontando os menos bons, tivemos um dia de magníficos momentos.