Valerian, nos livros, é um personagem que muita gente recordará. Muita gente entenda-se, muita gente com mais de 40 anos. Alguns entre os 30 e os 40, poucos na casa dos 20. Uma coisa é certa: quem em alguma altura se tenha cruzado com Valerian nos livros, dificilmente o esquecerá. A ele e obviamente a Laureline, a sua intrépida companheira de aventuras.

Escrevo isto com alguma certeza pois todos com quantos me tenho cruzado e que conheceram Valerian nos livros me dizem o mesmo.

Valerian, nos livros

Pessoalmente, lembro-me das aventuras de Valerian no Jornal da BD (ainda que não me recorde de qual a história em concreto) e mais tarde, num dos livros, A Cidade das Águas Movediças.  Tudo isto já na década de 80 ainda que as histórias de Valerian tivessem estreia em Portugal uns anos antes, em 1971, nas páginas da revista TinTin.

Mesmo com parco contacto com a obra de Pierre Christin e Jean-Claude Mézières, este foi suficiente para me encantar na altura, ao ponto de não ter esquecido a Nova Iorque apocalíptica de 1986 (talvez porque estivesse tão próximo), inundada após um desastre nuclear, assim como o conceito de viajar no tempo até ao passado para salvar o futuro (Back to the Future, o filme, só seria lançado em 1985).

Valerian foi digno de registo na minha memória mas certamente terá tido algumas ajudas. É clara a influência desta obra em alguma da mais famosa ficção cientifica cinematográfica que se fez desde então, tal como Star Wars, O 5º Elemento ou O Dia da Independência. Ainda que a relação não seja sempre imediata, ao considerarmos o tema é difícil não a identificar.

Valerian, 30 anos depois

Hoje, mais de 30 anos depois, é com grande entusiasmo que tenho novamente em cima da mesa, uma aventura de Valerian e Laureline. Graças à iniciativa do jornal Público e das Edições ASA, todos os livros de Valerian publicados até à data, terão nova edição, na forma de albums duplos (excepto o último a publicar, Recordações de Futuros), a publicar semanalmente, às quartas-feiras, até dia 11 de Outubro (serão 11 livros no total).

Valerian, o filme, está ai, nas salas de cinema, e será certamente interessante ver a adaptação que Luc Besson (sou suspeito, sou fã dele) imaginou para esta obra marcante da 9ª arte mas, independentemente do que lá venha, os livros, serão sempre uma referência.

 

Não é que ande a carregar caixotes ou a cavar a horta como se não houvesse amanhã. Nada disso. Mas ainda assim, sinto que já me dava jeito um ou dois dias de sofá, de mesa farta, cheia daquelas coisas boas que não fazendo bem, são deliciosas, de musica a tocar de manhã até à noite e sem grandes preocupações… Sinto que já me dava jeito o Natal.

Peanuts. O Natal no aniversário

E este ano, um bocadinho do Natal chegou mais cedo, com uma das prendas de aniversário que a Susana e a Patrícia me ofereceram, um dos volumes de Peanuts, a obra completa.

Peanuts e o Natal? Claro. Há razões para isso.

Os Peanuts, Charlie Brown, Lucy, Sally, Linus, Schroeder, Peppermint Patty e obviamente, o Snoopy, sempre me fizeram lembrar o Natal. Talvez porque tenha visto, quando miúdo, o episódio especial de Peanuts intitulado A Charlie Brown Christmas, numa daquelas férias de Natal em que não havia muito mais que fazer (quando o Inverno era a sério) que ficar em casa e ver televisão. Talvez porque A Charlie Brown Christmas de Vince Guaraldi seja um dos meus álbuns de jazz favoritos (por sua vez, talvez porque me lembre de ouvir este álbum como a banda sonora do referido episódio dos Peanuts).

Seja porque razão for, os Peanuts lembram-me Natal e Natal lembra-me esse desejo de uns momentos de sossego (sim, depois de toda a azáfama da noite de Natal, do jantar em família, das prendas…), em que paro, ponho um disco a tocar, abro um livro e, com um copo de vinho na mão, agradeço pelo que tenho.

O Natal ainda está longe (quando a vontade é muita, o tempo parece custar mais a passar) mas com esta prenda que elas me deram, dia a dia, ele vai ficando mais perto, mais depressa, como se já estivesse a saborear uns minutos daqueles dias especiais a cada página que viro.

Obrigado miúdas. Já vos disse que adorei a prenda?