Não há como não ser apreciador da Vanity Fair. A sério. A revista surpreende a cada edição. Scarlett Johansson e Javier Bardem n’ A Janela Indiscreta do Mestre Hitchcock? A Charlize Theron em Chamada Para a Morte? Pelo menos os originais estão muito bem representados e não haverá ninguém a dar voltas na tumba…

Charlize Theron em Chamada para a morte

Uma fantástica produção fotográfica em que actores e actrizes actuais possam em cenários montados para reconstituirem cenas dos classicos de Alfred Hitchcock. A Vanity Fair ainda nos dá a benesse de poder ver a cena original com um clique em cima das fotos. A não perder.

Scarlett Johansson em A Janela Indiscreta

Um Sábado por Lisboa. Podia chamar-se assim o relato do Sábado que passou. O dia começou cedo e o carro ficou à porta de casa. Metro para conhecer a nova estação de Santa Apolónia e toca a subir até ao Panteão Nacional ali na Freguesia de São Vicente de Fora. É claro que há mil e um livrinhos explicando a história do Panteão e da Igreja de Santa Engrácia mas nada como uma boa guia para nos contar todos os detalhes. Conhecem o termo “obras de Santa Engrácia” (tipo túnel do Marquês ou Metro de Almada?)? Já sabemos a história. Tendo em conta que estava muito bom tempo com um dia bem solarengo ainda tivemos a sorte de nos levarem à cúpula e de nos deixarem passear por lá… Coisa pouca… Algumas centenas de degraus para cima e para baixo.

Entre todas as personalidades com direito a túmulo no referido Panteão, continuei sem saber porque diabo não foi para lá o de Fernando Pessoa.

A manhã já ia longa e fomos passear pela Feira da Ladra. Ainda não estávamos lá há 10 minutos e já tinha um trio de jovens nas minhas costas a tentar abrir a minha mochila da máquina fotográfica. Ora ai está uma boa razão para passar a chamar aquele “mercado” de Lisboa de Feira do Ladrão em vez de Feira da Ladra. Há já alguns (muitos) anos que não ia aquela feira mas sempre soube que a melhor altura para o fazer é mesmo pela manhã muito cedo, madrugada até. Tem menos policia e mais interesse…

O almoço veio logo depois. Descemos até Santa Apolónia e numa daquelas tascas num daqueles cafés lá comemos uns fantásticos filetes com arroz de tomate e salada, grelhada mista como prato de carne e ainda uma grande travessa de fruta fresca. Longe vai o tempo do bacalhau com grão como prato único…

O Sol ia ainda alto quando voltámos a subir desta feita por um pequeno beco em direcção à Igreja de São Vicente de Fora para conhecer o mosteiro em detalhe. E que detalhe. Da cisterna do sec. XVI às fábulas de La Fontaine pouco ficou por ver. Não sabíamos por exemplo que é ali que se encontra o panteão dos Branganças. Foi aliás nesse panteão, junto ao túmulo do Rei D.Carlos e do filho, o Príncipe Luís Filipe que a Patrícia apanhou um real susto com a estátua da mulher que chora junto a estes túmulos. A tarde caia e era já hora de descer à Baixa. Garrafeira Napoleão para abastecer um pouco e antes que o Sol se ponha, uma bebida para refrescar n’A Outra Face da Lua. O dia só iria terminar bem mais tarde em casa de amigos, com uma bela jantarada. Só então a Patrícia se deu por vencida e dormiu… Onde vai ela buscar a energia queria eu saber. Dar-me-ia muito jeito para a semana que agora começou…

Certo. Eu provoco. Eu provoco porque lhe respondo e porque desço quase ao nível da arrogância do Paulo Querido. E quando isso acontece corro o risco de nessa batalha perder por experiência do adversário. Lembro-me da expressão que aparecia na assinatura de alguns e-mails há uns anos atrás e que no caso em questão prova o quão certa pode estar a sabedoria popular:

“Never argue with an idiot, they drag you down to their level and beat you with experience”

O homem escreve um post datado de 26 de Fevereiro intitulado “Blogosfera Portuguesa faz cinco anos”. Começa por referir o blog “Os Marretas” como ponto a marcar referência para logo depois revelar o que de melhor há em si referindo que o seu site pessoal (ou pelo menos um dos seus antepassados) faria também cinco anos agora em Março.

Pôrra! Não há pachôrra para este tipo. Já não falo das mil e uma barbaridades coisas que por lá já li e algumas que até terei comentado sempre por achar (sim, é a minha opinião) que o autor em questão é de uma arrogância tremenda quando de Internet (e em particular da Internet em Portugal) se trata. Esqueço essas. Mas esta é demais. Não. Mesmo que o homem tenha lá um exercito a defender tão honrada posição, esqueço o facho por um minuto e defenderei o valor tal qual comunista empedernido: O Paulo Querido está errado. A blogsfera portuguesa não faz cinco anos. E digo-lhes já antes que me perguntem quantos anos terá ela então: Não sei. Mas não tem cinco. Já havia blogs por terras lusas bem antes disso. Ele afirma que “… O punhado de blogues e páginas que já existiam em Portugal antes de 2003 não se podem classificar de blogosfera.” Claro. Blogosfera só aparece quando falamos de um punhado mais um: o dele! Irrita.

Diz-me ele que “Uma andorinha não faz a primavera…” Pois mas se houver duas ou três e uma delas for ele mesmo (a sério, as andorinhas não me dizem nada e no primeiro dia de Primavera costuma chover a cântaros) a Primavera chega radiante… E ainda me tenta ofender perguntando: “… compreende o ditado popular?”.

Sabem os que por aqui passam regularmente que não sou de querelas pessoais. E tenho ódios de estimação como quase toda a gente. Não posso com alcaparras, alcachofras, anchovas, lixias e muitas outras coisas mas nem por isso venho para aqui escrever que não posso com elas… Pois que há coisas e coisas certo?

O termo blogsfera (blogsphere no original que diga-se de passagem deveria ter-se mantido como piada que era na sua origem) não está cunhado na rocha. Surgiu como piada entre outros como blogiverso ou blogmos. Tendo sido levado mais a sério do que o autor do termo inicialmente previa, blogsfera foi ficando como termo colectivo, representativo de todos os blogs e das suas interligações. Será talvez a forma representativa da noção da existência dos blogs enquanto parte de um todo, de uma comunidade de blogs ou de um grupo de comunidades de blogs.

Ainda que o Paulo Querido não saiba, ou pelo menos que diga não saber (caso contrário não poderia ser um dos fundadores), em Portugal, antes de 2003 já havia várias comunidades de blogs. Lembro-me de uma em particular por fazer parte activa da mesma. Tratavam-se de blogs sobre design e webdesign. Eram muitos. Mais que muitos. E tinham um espírito de comunidade (de blogsfera) muito maior do que o que hoje vemos. O mundo estava verdadeiramente interligado. O que se via na altura em qualquer um destes blogs eram pequenos icons representativos de outros sites, nacionais e internacionais, com interesses comuns. E isso seria o quê? Já sei. Era a Blogsfera. Essa já existia antes de 2003. Só agora reparei que o Paulo Querido falava da Blogosfera. E isso é uma coisa diferente. Serão os blogos? Devem ser. Confesso que não reparei se esses surgiram só em 2003 pois estava na altura a escrever e ler blogs que já por cá andavam há algum tempo e outros que por essa altura despontavam (como o acima referido “Os Marretas”).

Em Novembro de 2001 o António Granado do Ponto Media escrevia assim:

O Pedro Rebelo do weblog Browserd fez um “link” para este weblog. Devolvo, com muito gosto, a cortesia…

Pela opinião do Paulo Querido isto ainda não era “blogosfera“. Talvez porque ele ainda não tivesse aderido aquela cena de colocar o link para os sites que gostávamos e com os quais nos identificávamos.

Nesses (já velhos) tempos, onde hoje se lê “blogroll” lia-se “Respect” ou “Respeito” nalguns casos. O Paulo Querido mostra mais uma vez que não entrava nesses grupos… É outra onda, é da “Blogosfera“.

Vou jantar.

A morte dos Apontamentos foi já anunciada. Morte aos Apontamentos. Pim pam pum. Não se fala mais no assunto. Apontamentos são posts curtos, link based. Quando aparecerem, aparecem. Ponto. Assunto encerrado. Obrigado à gigi, ao Sérgio e à sempre útil opinião da Tia Avó (tia Petúnia diz-te alguma coisa?).

Eu quero escrever sobre a Galactica, sobre o Lost e sobre o Prison Break… Quero que quero pois tenho muito material de escrita. Quero escrever sobre os livros novos que ando a ler e sobre os cd’s que estou a ouvir.

O que eu queria mesmo era sair para a rua e tirar umas fotos, sentar-me nas calmas numa esplanada da Graça e olhar para Lisboa, descer, almoçar mais junto ao rio e voltar a embrenhar-me nas ruelas da cidade a olhar através da lente. Ao fim da tarde parar só para um café e um bolo e andar mais um pouco até que se faça noite e me sente para jantar.

Há dias assim. Agora é hora de almoço. E depois volto ao trabalho.

p.s. Pelas minha contas (contas por alto mostradas abaixo), necessito de algumas centenas de euros para me entreter durante uns dias…

Alguns de vós já repararam naquela área ali no lado direito com o titulo de “Apontamentos”. Alguns de entre esses sabem que é um tema recorrente aqui no browserd.com. Ainda não acertei com o formato. Mas porque é que eu insisto no raio dos Apontamentos? A razão nem é de grande complexidade. Posts curtos, incisivos, com enfoque num determinado link… Tendo em conta que não são a base do site, sempre achei que deviam ter um espaço próprio, separado do resto. Agora passo-vos a batata quente para a mão. Acham que faz sentido manter os Apontamentos? Se sim, qual vos parece ser o melhor formato? É certo que poderia pura e simplesmente alterar o layout do site e enquadrar os Apontamentos num desenho de raiz mas quem mexe nisto dos layouts em geral e no WordPress em particular sabe que não é tarefa fácil. Pelo menos para quem quer alguma originalidade e regras…

Vá lá então, venha dai uma ajudinha… Enquanto o site muda e não muda (não muda tão cedo quase de certeza), que faço ao raio dos “Apontamentos”?