O Carlos Andrade escreve um post no seu site sobre a rede de blogs Tubarão Esquilo (já agora, que raio de nome é este?). Fez uma análise da coisa e escreveu o que lhe ia na alma, na boa tradição bloguista, escreveu a sua opinião. Paulo Querido, conhecido (entre outras razões) por muito falar sobre a Internet deve ter sentido alguma ferroada que logo depois lhe responde forte e feio. Pois até nem quero entrar nas razões de uns nem de outros mas não posso deixar é de comentar um detalhe, um daqueles pequenos e quase despercebidos detalhes, na resposta do Paulo Querido. Diz ele a certa altura, e passo a citar: “O que lamento é mais um exercício do que podemos esperar do tal de “jornalismo do cidadão”…”. Ups! Paulo, meteste a pata na poça. O que é que tens tú contra o “jornalismo do cidadão”? E que fique já bem claro que não sou jornalista de maneira nenhuma. Mas diz lá então, o que tens contra? Deverei e em nome de ser justo, lembrar-te de um post teu em Junho do passado ano em que escreves:

“Decidi avançar com uma experiência neste espaço editorial: abri-lo ao exterior.(…)
(…) Esta abertura dar-se-á para já em dois espaços distintos.
O primeiro sob a forma de agenda e noticiário genérico. Destina-se a promover acontecimentos como o lançamento de livros, apresentação de conferências, etc. A ideia não é tanto os press-releases comerciais, embora estes não sejam excluídos, reservando-me o direito de publicar tudo o que me pareça relevante.
O outro espaço de lançamento pretende atrair notícias (jornalismo de cidadão), reportagens, ensaios, críticas, previews de livros ou arte e análise em geral.”

Não estou enganado pois não? Foste tu que pediste um Porto Ferreira, quer dizer, um “jornalismo do cidadão”? Uma dica: Blogumentary. Aconselha-se a visualização. Trata-se de um documentário muito bem realizado por Chuck Olsen sobre os blogs e o quão importantes estes são nos dias que correm e principalmente como media. Depois uma visitinha à entrada Citizen journalism da Wikipédia também não fica mal.

Volto a referir que, não está aqui em causa qual das comadres tem razão sobre o Tubarão Esquilo nem tãopouco se o artigo do Karlus foi escrito observando regras jornalisticas. O que está aqui em causa é o tom com que Paulo Querido se refere ao “jornalismo do cidadão”.

O Domingo passado começou cedo. Oito da matina e já estava eu em frente à televisão. Silêncio na casa. Mãe e filha dormiam ferradas e eu vi nisso a oportunidade de poder finalmente assistir a Exodus part II, o quarto episódio da terceira season de Battlestar Galactica. E Deuses, que episódio este. Aliás, que série esta. Tudo o que se pode querer de boa ficção cientifica. Mas vamos por partes que nem toda a gente sabe do que falo certo? Pois bem, falo de uma nova série (nova, bem, já vai na terceira season não é???) que fez por se distinguir daquilo que alguns insitiam já em chamar de remake da Galactica da década de 80.

Corria o mês de Setembro de 1982 quando os Sábados passaram a ter como fim de tarde garantida, uma estadia frente ao televisor para assistir na RTP 1 à série Galactica. Assim foi até Março do ano seguinte. Galactica 1980 foi depois transmitida até Outubro desse ano. Estas Galacticas do seculo passado mereceram lugar de destaque e mantiveram-se como referências para muitas pessoas da minha geração (trintões). Mesmo que os detalhes fossem já vagos, as aventuras de Apollo e Starbuck contras os Cylons e as suas luzes vermelhas dançando ao som de um “by your command” metálico, mantiveram-se bem vivos.

Eis que em Dezembro de 2003, mais de 20 anos depois, surge Battlestar Galactica 2003, a mini-série. Ficámos a saber que os Cylons tinham sido criados pelos Humanos mas que 40 anos antes da acção, se tinham revoltado e após uma violenta batalha partiram em busca de um espaço próprio. Foi construida uma estação espacial para servir um único propósito: Tentar criar uma relação diplomática entre Cylons e Humanos. Durante 40 anos os Humanos enviaram um representante. Os Cylons nunca o fizeram. Até então…

Os Cylons evoluiram. Eles podem agora parecer-se com seres Humanos. Eles movem-se por uma fé e não por um qualquer ditador com chapéu à Badaró. Os Cylons acreditam em Deus, uno e omnipotente. Os Humanos são politeistas. Que melhor motivo para tudo começar?

Assistimos à destruição das 12 Colónias pelos Cylons e à sobrevivência de 47.000 humanos que partem pelo espaço em busca da 13ª Colónia: A Terra.

Já deu para reparar que se trata de algo completamente novo não? Duas amigas diseram -me há uns dias atrás que esta nova série deve estar a fazer sucesso devido às gajas… Pois. Isso é efectivamente um detalhe importante. Tal como eu referi atrás os Cylons podem agora ter formas humanas (skin jobs como lhes chamam os Humanos) e por acaso, o género preferencial é o feminino. Ainda por cima abusando das formas esculturais, lá se vão multiplicando (sim, existem muitas cópias) entre loiras e morenas… No entanto há que ter em consideração que, essas mesmas amigas que fizeram o comentário sobre as gajas disseram também que a Galactica antiga é que era, que mais não fosse para ver o Apollo, lindo de morrer… Pois…

Os primeiros quatro episódios foram a mini-série melhor cotada de sempre no Sci-fi Channel. A série em si ganhou o galardão da melhor série televisiva de 2005, atribuido por entidades nem sempre associadas ao publico apreciador de ficção cientifica tais como a revista Time ou a Rolling Stone… Agora digam-me que é só por causa das gajas…

Agora voltando a Exodus Part II. A cara da Starbuck quando percebe que Kacey não é sua filha, a cara de Saul enquanto Ellen lhe morre nos braços, morta por ele, pensando que o amor entre duas pessoas pode fazer esqueçer tudo. A cara de Gaius Baltar enquanto uma Number Three lhe pergunta se ele realmente acredita que a guerra um dia possa terminar. O argumento dessa mesmo Number Three… A Galactica a entrar na atmosfera de New Caprica, os Vipers no ar e puuff… Já foi. O sacrificio da Pegasus e o filho desobediente… A cena final em que Adama corta o bigode, volta para o meio da tripulação. Grande mudança. Ele mudou. Tudo mudou. Passam por ele. Saudam-no. Ele já não tem bigode. Está tudo na mesma. Nada mudou. Em busca da 13ª colonia: A Terra.

Nota: Em Agosto do ano passado, mais precisamente no dia 15, feriado, Segunda-feira, a SIC transmitiu de uma assentada só a mini-série (os tais quatro episódios) Battlestar Galactica 2003 como se fosse um telefilme. Alguém viu? Entre o dia e a hora, é certo que não. Desde então não mais se ouviu falar em tal coisa nas nossas televisões. Recentemente em Portugal foi editada em DVD a série classica pela Universal. Ao contrário do resto do Mundo onde a série foi tratada digitalmente e até apresenta som 5.1, a nossa edição parece ser uma cópia e de pouca qualidade de uma qualquer edição em VHS e com o som 2.1. Pois. É para ser fiel ao original certamente.

Quanto a esta nova série, ao público Português restam apenas duas opções: Ou vai comprando as excelentes edições em DVD que vão saindo por esse Mundo fora (sem legendagem em Português) ou então grava as emissões da MulaTV ou da TorrentTV… Que remédio…

E eis que dá frutos…

O Sci Fi Channel anunciou a criação de um spinoff de Battlestar Galactica: Caprica. A acção irá decorrer cerca de meio século antes de Battlestar Galactica, quando o povo das 12 colónias vive em paz no planeta que dá o nome à série. Segundo o anuncio feito, a sociedade em Caprica não difere muito da nossa exeptuando o grande avanço tecnológico que facilita muito a vida a toda a gente. É na senda desse avanço tecnológico que um dia se chega à concretização de um sonho já antigo: fundir a inteligência artificial com um corpo mecânico. Nasce o primeiro Cylon…

Vamos assistir à vida em Caprica na pele de duas familias, os Graystones e os Adamas (o nome diz-vos algo???) e é com elas que vamos ver intriga, politica, sexo, acção e tecnologia fazendo de Caprica a primeira saga familiar de ficção cientifica.

Continuo sem entender porque é que Battlestar Galactica não pegou por cá. Está a ser um sucesso no mundo inteiro (onde é transmitida e onde não é). Trata-se de ficção cientifica de facil acesso a quem não é propriamente fã de monstros de três olhos e cinco braços. Não me canso de referir que Battlestar Galactica é essencialmente uma série dramática com grande ênfase na politica e nos sentimentos “humanos”… Sim. Confesso-me. Estou viciado. E ninguem me convence que a Tenente Sharon Valerii é ruim… Se tiverem dúvidas vão dar uma olhada na edição de Março do ano passado da revista Maxim americana. Não se vendeu por cá? No problema. Podem ver as fotografias da Grace Park na Maxim Online. E não. Ela não está nua. Um pouco menos vestida do que aquilo a que estamos habituados. Ao fim e ao cabo, um cylon não pode andar por ai de lingerie preta e botas de salto alto…

Ok. Então querem saber mais novidades sobre a Battlestar Galactica? Sempre frescas? A guardar religiosamente nos bookmarks o Unofficial Battlestar Galactica Blog.

É da Battlestar Galactica que estou a falar. A terceira season só terá inicio em Outubro deste ano. Estava a ser usado para esta série o mesmo modelo de transmissão que fez (e continua a fazer) sucesso com Stargate: Toma lá 10 ou onze episódios, espera dois ou três meses e leva lá o resto. Season terminada. Por alguma razão que o Sci-Fi Channel não revelou, a proxima season será apresentada de uma só vez e para tal é preciso algum tempo. Até Outubro. Não bastava já a espera por novos episódios de Prison Break

Já que estou numa de séries mais uma novidade sobre Lost (esta toda a gente conheçe certo?). Ao que parece num dos últimos episódios aparece por breves instantes um livro chamado “The Third Policeman“. Trata-se de uma obra surrealista de Flann O’Brien que vendeu mais de 10.000 cópias nos EUA após esta pequena “aparição”. A equipa de produção da série é a primeira a dizer que não é por acaso que o livro a aparecer é aquele. Aparentemente a leitura deste dará muito mais material para teorizar sobre a ilha onde tudo acontece. Mais não digo a não ser que o livro foi publicado pela primeira vez em 1940.