Pois é verdade sim senhor. Information overload ou que raio lhe queiram chamar. Alguns certamente não irão mais longe do que o já clássico “deixar tudo para a última” mas, deixem que lhes diga, estão enganados. Ainda faltam pelo menos 72 horas para essa tal de última e eu estou aqui, frente à folha em branco, verdadeiramente dedicado ao que será, certamente, um bom trabalho. Será. Não tenho dúvidas quanto a isso. Já quanto à efectivação temporal da acção expressada no verbo…

Volto agora que já desabafei com o mundo, a olhar para o que me é pedido.

Até já.

Sou cliente da Zon bem antes de ela se chamar Zon. Sou daqueles clientes satisfeitos. Depois da instalação inicial há quase 10 anos atrás ter sido complicada, nunca mais tive chatices de maior. Televisão corre bem e a Internet corre melhor ainda…

Mais canais, mais velocidade na Internet, menos dinheiro.

Há uns meses, talvez um ano, confesso que já não me lembro, mudei para serviço Fibra. E mudei não porque estivesse insatisfeito mas porque uma noite me tocaram à porta, identificaram-se como sendo da Zon, disseram ao que vinham e, aceitei a proposta. Melhor serviço, menos valor.  Se estava satisfeito, mais satisfeito fiquei.

De há uns tempos para cá no entanto, a dita Fibra parece ter dado origem a uma praga que admito, me começa a irritar. Bastante. Por alto sou capaz de afirmar que não há semana que não me toquem à campainha, pelo menos uma vez e que à pergunta “Quem é?” me respondam “Serviço Fibra do prédio”.

Serviço Fibra do prédio o raio que os parta!

O prédio não tem nenhum serviço Fibra. Tirando a parte d’o raio que os parta, é o que lhes costumo dizer. Ainda assim, uns insistem do outro lado da linha, à porta do prédio, que sim, que o prédio tem um serviço Fibra, outros dizem que é precisamente para verificarem se o prédio tem serviço de Fibra ou não que ali estão e outros, não sabendo bem o que me dizer, dizem somente “importa-se de abrir a porta?”. Uma coisa porém, que todos parecem ter em comum é o facto de não se identificarem nem à empresa para quem trabalham.

Eu tenho o serviço Fibra. Eu estou satisfeito com o serviço Fibra. Eventualmente, o meu fornecedor deste serviço poderá um destes dias ter uma melhor proposta para me fazer. Quem sabe até a concorrência terá uma melhor proposta para me fazer. E eu não vou saber disso. Não enquanto as pessoas que insistem em tocar à campainha me disserem que são do serviço Fibra do prédio.

Uma ultima observação que poderá só por si dizer muito sobre estas pessoas a que me refiro: Algumas, após perceberem que efectivamente não lhe irei abrir a porta do prédio, acabam por me perguntar, qual o meu andar, para que não toquem novamente… Não só mostra o desinteresse com que o fazem como também deixam clara a sua desorganização… Porque uns dias depois, lá tocam novamente.

Vamos partir do pressuposto de que nós, enquanto Humanos, não nos limitamos aos meios ou aos fins. Vamos partir do pressuposto de que nós, enquanto Humanos, devemos observar certos princípios e com eles, ou por eles, evitamos assim um caos tamanho que ultrapassaria certamente o sublime caos de que Heráclito de Éfeso falava, e de onde se esperava a mais bela harmonia.

Se assim for, se aceitarmos que vivemos numa sociedade em que há algo para além de fins que justificam meios ou de meios que determinam fins, então devemos ser honestos antes de mais connosco, lembrando que o Eu, por mais contradições que necessite, necessita também, e sempre, de algo pelo que se reger. De preferência adaptável, mas inamovível.

Tudo isto porque, infelizmente, tenho que dar razão a quem me lembra de que a comida na mesa custa dinheiro e este, definitivamente, não nasce nas árvores (sim Professor Traquina, se eu fosse um jornalista, desta feita guardava a armadura branca e reluzente no armário e em vez de me mandar de cabeça contra os moinhos de vento, estaria a pensar que mal por mal sempre tinha com que pagar o jantar à Dulcineia. Porque ela também precisa de comer).

Fica a nota, há por ai quem não perceba ponta de um corno de Internet, de comunicar na Internet, de viver esta nova realidade (e acreditem, é uma nova realidade, o virtual é hoje mais real do que muito carbono que para ai anda) que é a Internet.

Agora venham cá, e apaguem-me o post.