Pairava a dúvida: escrevia este post ou procurava mais uns quantos anúncios de emprego para responder? Imaginam qual dos caminhos segui certo? Essencialmente porque de repente parei frente ao teclado e dei por mim a pensar que há um nicho de mercado por explorar no campo dos anúncios de emprego na área da Comunicação Digital: anúncios de emprego para maiores de (inserir aqui uma idade de forma a que possa ser dinamicamente alterada).

Anúncios de Emprego Pedro Rebelo

No sábado passado, em animada conversa com o Parry Malm no rescaldo do Upload Lisboa 2014, dizia ele que estranhava ver tanta gente tão nova nas áreas do Social Media em Portugal, nomeadamente nas agências de comunicação. Entenda-se, não era de forma alguma uma critica ao facto de haver muitos jovens na área mas sim uma genuína admiração por não ver gente mais velha. Também eu me admiraria se não andasse a ler anúncios de emprego portugueses em busca de trabalho na área.

Os anúncios de emprego na área de Comunicação Digital, em Portugal e lá fora.

A admiração do Parry não é de estranhar para quem, para além dos anúncios portugueses, procure anúncios de emprego estrangeiros. Uma das principais diferenças entre uns e outros é a frequência com que nos anúncios de emprego portugueses, na área da comunicação digital, se encontram como requisitos expressões como “jovem”, “até 25 anos”, “recém-licenciado” ou, e de todas esta é a mais frequente, “elegível para estágio do IEFP”.

Experimentem pesquisar por anúncios de emprego na área da comunicação digital no estrangeiro e poderão observar de imediato a diferença: a idade não parece ser um requisito. Aliás, na grande maioria das vezes, os referidos anúncios não fazem qualquer referência à idade (ou juventude) do candidato.

Trabalhando na área da comunicação digital já há alguns anos, percebo bem a posição dos anúncios de emprego estrangeiros. Não tem qualquer sentido limitar o leque de candidatos a um emprego à idade, quando por exemplo, a experiência de vida e os conhecimentos adquiridos ao longo de anos de trabalho podem ser muito valiosos para uma determinada função.

Procura-se Gestor de Comunidades para marca de referência há mais de 20 anos, com presença em várias redes e mais de 100.000 seguidores. Requisitos: (entre outros) Jovem, recém licenciado e elegível para estágio do IEFP”

Sou só eu que acha que há algo errado aqui?

Não estou a fazer uma critica às agências de comunicação (ou empresas em geral) que procuram integrar nos seus quadros gente nova. É essencial que o façam e percebo bem isso. Mas, como visado e não só, não posso deixar de me questionar sobre o porquê de quase não encontrar em Portugal anúncios de emprego nesta área aos quais pessoas como eu, com 40 anos, possam responder.

Não é uma questão de ser um lírico, de não perceber a importância da questão financeira. Claro que percebo. Jovens, recém licenciados, sem emprego e sem muitas perspectivas de o encontrar, facilmente se cativam por condições que nem sempre são as melhores (parcos ordenados, horas a mais e sem qualquer garantia de estabilidade) tendo em consideração que a alternativa parece não existir. Percebo isso. Uma empresa existe essencialmente para ganhar dinheiro. Mas esse dinheiro vem geralmente em troca de um bem ou serviço. E que serviço se presta desta forma?

Ter acabado a semana passada um curso universitário é garantia de conhecer as mais recentes ferramentas e plataformas de comunicação digital? Não acho tão pouco que mereça consideração esta abordagem.

Ter conta no Facebook com muitos seguidores é garantia de que se sabe algo sobre relações humanas? É que em ultima análise, mesmo que o Cliente ainda não o saiba e mesmo que a agência nem sempre lho diga, muitas vezes, é disso que se trata, de gerir relações, entender emoções, gerar reações... E isso não são coisas que se aprendem de um dia para o outro.

A modo de curiosidade, gostava de saber a média de idades da audiência no Upload Lisboa 2014… E já agora, a dos oradores também.

Para todos quantos já me perguntaram (e já se perguntaram) o que raio ando eu a fazer que não tenho escrito quase nada, fica a resposta: O costume…

Pois é, a coisa (entenda-se vida) voltou ao normal: as aulas já começaram e com um horário daqueles que deixa pouco à imaginação (ou aos tempo livres). O trabalho no banco, como é de esperar (que raios, é um trabalho certo?), não dá descanso. Aliás, cada vez dá mais trabalho e acreditem que quando digo mais é assim algo do tipo… Sei lá, triplicar não me parece o termo mais correcto porque é demais redutor. Já dá uma ideia? Assim o ordenado aumentasse na mesma relação (ou noutra qualquer por assim dizer, desde que não fosse na relação inversa)…

Tenho lido, muito menos do que o desejável e, garantidamente menos do que o necessário, mas ainda assim, sempre é alguma coisa. Uns quantos minutos soltos aqui e ali vão dando para ver umas quantas séries de televisão (que diacho, quando não ter para isso, emigro de vez) e, pasme-se, até vi um filme na semana passada… Loucura.

Voltei a pegar na máquina fotográfica. Uma disciplina na faculdade (Fotojornalismo pela professora Margarida Medeiros) levou-me a limpar o pó às lentes e voltar a carregar no disparador. Por falar em carregar, à conta disso, voltei também a ter umas fantásticas dores de costas e nos ombros. Entre máquina, lentes, flash, computador portátil, livros e uma quantas tralhas a mais, o peso da mala é enorme. Dizem para ai que quem corre por gosto não cansa. Podiam estar caladinhos que para dizer asneira mais vale não dizer nada.

Animem-se mais uns quantos a quem corre sangue Geek pelas veias (vocês sabem quem são). A tal disciplina onde consta da bibliografia obrigatória o Do Androids Dream of Electric Sheeps (assim como a visualização do Blade Runer),  sempre vai constar do meu currículo. Assim tenha eu paciência para ler o Sense and Sensibility e tudo irá correr pelo melhor…

Ainda vos podia fazer o update a mais uma ou outra coisita mas sinceramente, estou cheio de sono e hoje a coisa fica mesmo por aqui. Fica a promessa de contar mais amanhã ou depois pode ser?