Diz o PUBLICO que o novo álbum dos Rammstein, Liebe ist für alle (O amor é para todos), foi banido na Alemanha mas a história aparentemente não é bem assim. O que há é uma proibição do mesmo ser disposto publicamente nas lojas alemãs.

Pode ser vendido sim mas, só a maiores de idade e discretamente. Para além disso,o Departamento Federal de Exame de Media Nocivos à Juventude proibiu que uma das faixas de Liebe ist für alle, (Ich tu dir weh – Eu quero magoar-te) seja apresentada em público.

Deusas. A que ponto chegamos.

A pergunta que se impõe é: Porquê? Mas porquê?

Para homenagear não só os Sopranos mas também o facto de lá por casa ter iniciado a exibição da 4ª temporada desta magnifica série (e também porque o videoclip está demais, a música é fantástica e porque sim que também é muito importantes).

Gostaram?

Não é nenhuma novidade. Não acabou de sair nem está ai a fazer as noites do Verão. Mas amadurecida que está a audição de This Is The Life, é uma boa altura para falar sobre o tema. Bem, sobre o álbum. O álbum é o tema (não confundir com muitos álbuns que andam por ai em que a expressão “o tema é o álbum” assenta que nem uma luva).

Amy MacDonald, 22 anos. Escocesa. Mais de 2.5 milhões de álbuns vendidos.

Amy MacDonald

Mais uma miúda engraçada a cantar de viola na mão. Sim, é miúda (apesar de não teenager como dizem para ai alguns), é engraçada e tem uma viola na mão mas tem também uma grande voz e, principalmente, uma capacidade de escrita (ela é autora ou co-autora de todas as musicas do álbum) invulgar, mais negra do que seria de esperar numa jovem. Bem, pelo menos numa jovem sem pretensões a emo ou a algo que tenha a ver com caveiras e afins…

This Is The Life é à sua maneira, um disco dramático. O ritmo que algumas músicas por vezes nos transmitem não deixará que todos o percebam à primeira mas rapidamente se identificará uma insatisfação, uma busca, uma agonia meio latente que, não dando para o fim do mundo nos dá a ideia de que ele pode estar perto e como tal, levar-nos a perguntar onde iremos dormir esta noite?

Para além disso, a cada audição que faço de This Is The Life não consigo evitar também de me questionar, como será a musica de Amy MacDonald daqui a uns anos…

May we live in interesting times dizem para ai que diziam os outros… Maldição chinesa ou premonição de presidente americano, de uma forma ou outra dá ideia de alguma dificuldade, por passar ou ultrapassada… Também os Depeche Mode transmitem esse estar. Mesmo nos seus tempos mais electrónicos (muito de volta neste Sounds of The Universe), nunca deixaram ir para longe a negritude de uma alma humana, conhecedora de sentimentos sublimes no sentido que Dostoievski daria ao termo. Em quantas das suas musicas os fans não viram céus laranja fogo a escurecer lentamente até à tempestade dos dias do fim?

Os próprios membros da banda certamente viram os tais dias do fim em várias ocasiões mas as pessoas tendem a chegar à razão (mesmo que nem sempre o admitam, muitas vezes por uma questão de estilo…) e esta leva-as por vezes a caminhos de devoção a coisas belas (quantas vezes lembro Nick Cave e o seu No More Shall We Part).  Sounds of The Universe é um desses caminhos.

Ainda que se esperem belas e até angelicais paisagens quando na direcção de uma qualquer luz, Sounds of The Universe coloca-nos muitas vezes em caminhos desertos de gente, entre fabricas abandonadas com cheiro a ferrugem no ar. Lembram-se da capa de “Amonia Avenue” dos Alan Parsons Project? Coloquem lá o ferreiro da capa de “Construction Time Again” e toquem as cornetas de “Music for the Masses“. É esta a paisagem…

O novo álbum dos Depeche Mode há muito que era esperado pelos fans. A espera tornou-se mais difícil após ser publico o single “Wrong” que deixava antever uns Depeche Mode como não se viam há já uns anos, uns Depeche Mode back to origins.

Depeche Mode - Sounds of The Universe

“Sounds of The Universe”

In Chains” é a musica que abre o álbum. Preparem os ouvidos. Os primeiros segundos são por demais estridentes. Num pequeno crescendo até ao constante, imagina-se a central eléctrica quase, quase a rebentar. Não rebenta. Volta no tempo e abre-se o pano. O concerto vai começar. David Gahan esmera-se na voz.

E há mais assim pelo disco fora. “Hole to Feed” e “Wrong” estão bem posicionadas para chocar com quem é preciso, para dizer a quem ouve que estes tipos que aqui andam há já um bom punhado de anos, ainda estão para se fazer ouvir.

Mais lá para a frente “Sounds of The Universe” leva-nos noutros passeios com “Little Soul” ou “In Sympathy“. Diferentes mas qualquer uma delas prontas para nos deixar naquele estagio em que já olhamos pela janela e contamos as estrelas ou pelo menos ficamos à espera que elas nos concedam um qualquer desejo…

Depois vem “Peace“. Que dizer sobre “Peace“? Que é um hino a electrónica dos anos 80? “There is no space to regrets… Just look at me. Peace will come to me…” Ele lá tem a sua razão. E com esta musica é fácil que isso aconteça. Um delicioso regresso ao passado.

Com “Perfect” ficamos na dúvida sobre para onde irá a musica. Depois começamos a prestar atenção à letra e entendemos. Já vos disse que gosto de boa ficção cientifica?

Desde “Behind the Wheel” que Depeche Mode pode assumidamente tomar o volante em qualquer road trip. Seja numa atitude de introspecção ou até com um espírito de search and destroy (quanto do romantismo gótico se pode encontrar neste trio?). “Miles Away” também nos pode acompanhar na estrada…

Jezebel” leva a mente a viajar num segundo até Somebody… E depois volta. Martin Gore a cantar é (quase) sempre uma experiência única e aqui, para variar, ele está muito bem.

“Sounds of The Universe” fecha (e não termina) com um som próprio. “Corrupt“. Tirem-lhe as vozes, aumentem o volume e até pode bem passar por banda sonora de uma qualquer cena de jogo e morte violenta num casino de Vegas. Com tudo o que tem, é provocante e funciona.

Passei por cima de “Fragile Tension“, “Come Back” e “Spacewalker” propositadamente. Não tenho ainda nada para vos escrever sobre as ditas… Acontece.

Certo. Quem não gosta de Depeche Mode não vai passar a gostar agora. Um dos problemas de uma certa coerência (ainda que tão estranha quando falamos dos Depeche Mode) é chegar aquele ponto em que tudo o que se faz, deixa claro quem o fez. Os Depeche Mode já nos habituaram a que cada um dos seus trabalhos seja um trabalho Depeche Mode.

Mais sobre Sounds of The Universe dentro de momentos.

Sempre soube qual a principal razão para não comprar um iPod: O iTunes. E ainda havia quem me dissesse que sem experimentar não podia afirmar tal coisa. Claro que podia. Só o facto de ter que instalar um software especifico para poder usar um simples leitor de MP3 sempre me pareceu razão mais do suficiente. Principalmente se comparado com outros leitores de MP3, mais baratos e com mais funcionalidades (sim, toda a gente sabe que o iPod só não tem radio porque o tio Jobs não volta com a palavra atrás. Newton diz-vos algo?) que para se usarem basta uma ligação USB e mais nada…

Ok. Agora tenho um iPod. Nano. 4 Gb. É giro e coiso e tal. A bateria parece até portar-se bem e tal e coiso mas o iTunes… A sério, alguém gosta daquela coisa?

Já agora, a quem possa ter também um iPod Nano 4 Gb: O volume do bicho não vos parece um pouco baixo de mais?