Vitima de fraude com cartão de crédito? Eu? Sim. Aparentemente alguém usou o meu cartão de crédito Visa do Barclays Bank (ou o seu numero ou o que quer que fosse) e divertiu-se à grande a fazer compras do outro lado do mundo…

Há mais vitimas de fraude com cartões de crédito por ai?

Se há mais? Haverá certamente mas ainda não sei bem porquê, poucos ou nenhuns falam sobre fraudes com cartões de crédito. Bem, falar fala-se. Fala-se até demais mas casos concretos, por cá, não são conhecidos. Um amigo do amigo, um conhecido, foi um colega de um familiar… Agora, o meu cartão de crédito, é assunto tabu…

De quando em vez lá sai mais uma noticia nos jornais ou na televisão sobre duplicação de cartões multibancoOld news, old technology… Cartões de crédito é mesmo o que está a dar.

Mas a vitima fui eu!

Neste caso fui eu. Compras feitas com o meu cartão de crédito Visa do Barclays Bank, nos Estados Unidos da América durante o passado mês de Abril. Nem estive nos Estados Unidos no mês de Abril nem tão pouco usei o meu cartão de crédito do Barclays para nenhuma transacção. Electrónica ou física. Aliás, a ultima vez que usei o meu cartão de crédito do Barclays Bank terá sido para pagamentos em lojas físicas de Londres em Novembro do ano passado e transacções electrónicas com este cartão, por acaso, nunca efectuei nenhuma.

Sendo empregado de uma instituição bancaria convivo diariamente com as regras de utilização de cartões de crédito e posso assegurar que, por norma, o meu cartão não sai da minha vista no entanto… Nunca se sabe.

A descoberta.

Assim foi. No passado dia 21 de Maio, preparava-me para uma viagem a Londres e logo pela manhã fui verificar os saldos das minhas contas bancárias e dos respectivos cartões de crédito. Acedo ao serviço de homebanking do Barclays Bank e qual não é o meu espanto quando verifico a existência de movimentos na minha conta à ordem. Estranhei pois, tal como o cartão de crédito, não usava a conta há já largos meses.

Uma analise rápida e verifiquei que os movimentos eram pagamentos percentuais do cartão de crédito. A estranheza passou a experiência assustadora. Fui verificar os movimentos do referido cartão e lá estavam, a sorrir para mim, e já com um mês de idade, compras em vários estabelecimentos norte-americanos (existe Wall-Mart em mais algum lado?) num valor total superior a 1000 euros.

E pronto. Eu, Pedro Rebelo, evangelista das compras online, do uso de cartão de crédito na Internet, da segurança dos dados, fui vitima de… Como configurar a situação? Fraude? Uso abusivo do Cartão de Crédito? Não sei. Alguma coisa. Quem saberá?

O meu banco sabe certamente.

E foi com este raciocínio que começou uma das mais loucas tristes desventuras da minha vida. Que tal anda a vossa confiança nas instituições? E naquelas que vos gerem o dinheiro (ao fim e ao cabo, aquele elemento de somenos importância)?

Antes de vos apresentar uma versão que tentarei resumida da reclamação de 9 páginas (sim, 9. Em fonte 12 e a espaço e meio) que enviei à Provedoria do Cliente do Barclays Bank, gostaria de saber se já alguém passou por semelhante situação. Mesmo que não entrem em detalhes (já reparei, mesmo sem saber porquê, que ninguem entra em detalhes neste assunto)… E então? Alguém?

update: A história da Fraude com o Cartão de Crédito Barclays continua aqui.

50 thoughts on “Fraude com Cartão de Crédito Barclays

  1. existe walmart numa dúzia de países fora dos estados unidos, china incluida… espero que consigas resolver isso. boa sorte!

  2. Já assisti a vários casos semelhantes. Foram resolvidos todos os casos, sem excepção, com a utilização do seguro obrigatório (em Portugal) para as instituições bancarias contra utilização fraudulenta dos cartões.

    Em todos os casos as instituições bancárias anunciavam prazos “relativamente grandes” até regularizarem a situação, em todos eles esses prazos passaram a 24h quando o cliente lesado demonstrou irritação e manifestou a sua vontade de contactar o departamento de qualidade do banco e enviar uma queixa para o Banco de Portugal.

    Sem querer sugerir qualquer via de acção, não assinaste os recibos, não fizeste a compra por via electrónica (em que a instituição que fez o débito tem que guardar o ip de origem), pelo que tanto quanto sabes o banco foi roubado e tu não autorizaste qualquer débito ou operação de crédito ou fizeste uma utilização displicente do teu cartão. Pelo que queres que reponham na tua conta o dinheiro que depositaste à guarda da instituição bancária. O controle de fraudes não te cabe a ti como cliente, apenas usar o produto que te forneceram de acordo com as linhas contratuais acordadas entre as partes (que não incluem certamente a utilização do teu crédito por terceiros e a tua obrigação de pagar essa utilização).

    As instituições de crédito podiam resolver o problema, não o fazem por entender que os níveis de fraude não o justificam face às vantagens (i.e. tornar o sistema seguro por oposição a manter os actuais níveis de acessibilidade e versatilidade da solução menos segura).

    Paulo Laureano

    PS: E já tive pessoalmente um caso destes com um cartão de crédito do BES enviado activo por correio para a minha cara metade… que nunca chegou a minha casa… isto de ser profissional na área com um cv vasto em questões de segurança não me traz nenhuma espécie de imunidade face à realidade do mundo em que vivemos… a ti também não. Só estranho teres de alguma forma pensado que era diferente ou que tenhas estranhado que tenha acontecido. Desta vez foste um dos 5%, a visa continua em modo “business as usual”, recupera o teu dinheiro, muda de numero do cartão e segue com a tua vida.

  3. ana, também eu espero que se resolva mas amanhã mais vos direi…

    Paulo, tenho noção do quão complicado possa ser para a instituição bancária resolver a situação e também sei que isso é um problema, no essencial, da instituição e não meu. Quando refiro as precauções que tomo refiro-o porque uma das primeiras coisas que ouvi do meu banco foi a possibilidade (quase tida como um “foi assim”) de ter sido falha minha. Coisas como “Tem a certeza de que não foi aos Estados Unidos~?” não tiveram longe do que eu ouvi…

    A publicação deste post e do que irei ainda publicar com a “nata” da reclamação, deve-se essencialmente à atitude da instituição bancária em questão que, não só não me reconfortou sobre a situação que lhes apresentei como, ao fim de mais de um mês ainda não tem a situação resolvida.

  4. Eu diria antes “o quão complicado possa não ser”.

    refiro-o porque uma das primeiras coisas que ouvi do meu banco foi a possibilidade (quase tida como um “foi assim”) de ter sido falha minha. Coisas como “Tem a certeza de que não foi aos Estados Unidos~?” não tiveram longe do que eu ouvi…”

    É uma postura absolutamente reprovável do banco. Banco esse que é suposto ter bens teus à sua guarda e que deve ter como preocupação fundamental a salvaguarda e segurança desses bens.

    “ao fim de mais de um mês ainda não tem a situação resolvida”

    Inadmissível. O departamento de qualidade do banco, a deco e o banco de portugal deveriam ser informados da situação. E na minha opinião estás a ser extraordinariamente paciente para alguém que viu o seu dinheiro ser entregue a terceiros pelo banco.

    O banco foi burlado por alguém que se fez passar por titular de um crédito atribuído a um dos seus clientes. É lamentável que tenha acontecido, estamos todos de acordo, mas não é aceitável que a instituição bancária mantenha os teus créditos alterados durante um mês. É para isso que existem os seguros obrigatórios sobre todos os cartões electrónicos emitidos em Portugal.

    Pessoalmente eu fecharia a conta por falta de confiança na instituição e estou convencido que o banco te deve 30 dias de juros legais e o dinheiro que retirou indevidamente da tua conta. Em Portugal processar o banco é “inviável” numa questão de 1000 euros, mas a queixa à deco (que tem outras opções legais quando entra em contencioso representando grupos de associados) e ao banco de Portugal (que tutela a actividade de bancos e instituições de crédito) não deves deixar de apresentar.

    Paulo Laureano

  5. Ui.. um tenho um cartão do Barclays… tendo em conta o que relatas acho que está na altura de o cancelar :S.

  6. JM, sinceramente, e publicidade à parte, espera até leres o relato por completo… Acredita que te espera algo de surreal… Barclays? Sempre foi o meu banco favorito…

  7. Vitor contactei no próprio dia em que soube da situação (e em que a reportei ao Barclays) a Visa Internacional que me confirmaram o cancelamento do cartão e a inclusão do mesmo na blacklist. No entanto também me informaram que no caso dos Visa Barclays tudo o resto (o que quer que fosse) deveria ser tratado com o próprio Barclays… O que fiz e relatarei no próximo post…

  8. Sou cliente Barclays e faço compras online com frequência há mais ou menos 14 anos e o único problema que tive foi apanhado a tempo pelo banco.

    Bastou um telefonema deles a perguntarem-me se eu tinha feito uma determinada transacção que os alertou pelo valor e tipo de produto que não costumo consumir. Essa noite dormi um pouco mais descansado sabendo que o meu Banco está atento ao meu dinheiro (tem de haver alguma razão para o Barclays ser caro ;-)

    Actualmente, recomendo o sistema MBNet, antes de se comprar algo, cria-se um cartão virtual só para esse efeito. Depois disso os malfeitores bem podem apanhar o número que não lhes valerá de nada.

    Boa sorte com o Banco. Nada justifica um intervalo de tempo tão grande para resolverem essa situação.

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