Sem mais palavras. Porque há obras que já dizem muito de quem as faz mesmo que nos deixem com a promessa de que muito mais poderia ser dito. Dave Brubeck morreu ontem, com 91 anos.

Dave Brubeck morreu ontem com 91 anos

Deixo-vos com The Dave Brubeck Quartet em Blue Rondo A La Turk, a primeira faixa do disco que irá tocar hoje por aqui, em loop.

Já só falta um ano. Mais um ano e já poderei dizer:

Tenho 40 anos. Não estou para aturar estas merdas.

E sim, eu escrevi mesmo isto. Raios, é o meu espaço e todos sabem que é sentido, sabem que tem sentido… 39.

Foto de marie-ll no Flickr

39 anos muito bem vividos.

Se podiam ter sido melhor vividos? Como costumo dizer: Melhor? Talvez. Pior? Certamente. Igual? Tenho a certeza que não.

Tenho vivido que me tenho fartado, dito em bom português. Vivido à grande, à minha maneira. Desde sempre, não me lembro de ser de outra forma. Chatices? Tive muitas. Coisas boas? Mais ainda.

Já passei noites ao relento, dormindo encostado a sinais de transito, já dormi em hotéis com estátuas de alabastro embutidas nas paredes. Já aqueci latas de salsichas em fogueiras, com conchas a fazer de pratos, já comi lagosta em cama de trufas regadas a vodka e já posso dizer que não gosto de caviar.

Já ouvi punk rock em garagens e já ouvi do melhor jazz no Blue Note. Já fui às Berlengas de traineira e sobrevoei Nova Iorque de helicóptero. Vi performances de 10 minutos em casas de juventude e vi operas de 5 horas no Metropolitan…

Já li Nietzsche e Baudelaire, li Pessoa e li Balzac. Li muitas histórias do Pato Donald e do Mickey  e li muitas mais do Batman e dos X-Men. Li poetas, li políticos, li sonhadores e mentirosos… Tantas revistas que li… Li a K de fio a pavio.

Dormi ao ver Star Wars no cinema e dormi num filme chamado Insónia. Vi vezes sem conta a Anne Parillaud a fazer de Nikita e o Ralph Fiennes a fazer de Lenny Nero. Perdi-me vezes sem conta entre o Tannhauser Gate e a estrada de tijolos dourados do Sailor e da Lula.

Bebi branco velho nas tascas. Bebi Tequilla e bebi Metzcal, vi fadas verdes e senhores de farda azul que me diziam para ter juízo.

Joguei xadrez em bares da noite com actores de teatro, conheci estrelas da revista à portuguesa e ouvi o António Variações ao vivo. E tanto que cantei… Cantei para mim, cantei para ela. Cantei na rua com amigos, cantei em muitos autocarros…

Gritei “Morte ao Dantas” agarrado a uma estátua no meio do Cais do Sodré. Declamei “Galileu Galilei” no meio de uma avenida enquanto os carros buzinavam e deixei-me dormir em cima da coluna de uma discoteca.

Apanhei comboios sem um tostão no bolso e voltei sempre a casa.

Empinei papagaios na praia em manhãs de Inverno e fotografei a agua a bater nas rochas muitas noites. Tantas horas passei a olhar para o rio. A sonhar com a cidade…

Dancei tanto Rock n’ Roll. Tanta laca, tanto gel e até tanta brilhantina… Usei calças de ganga com bainhas dobradas para fora e fatos de três peças.

Fumei ervas arrancadas do chão enroladas em folhas de caderno, tabaco de enrolar. Fumei cachimbo e fumei charutos. Fumei 3 maços de tabaco por dia. Dei chá Li-Cungo a um colega e disse que era outra coisa que ele podia fumar… Tanto que ri. E eu ria como ninguém.

E tanto que chorei também. Chorei de amor, sempre pelo mesmo amor. Chorei sem qualquer vergonha. Chorei por pássaros que morreram e por brinquedos perdidos. Chorei por dentro, só para mim, com um sorriso nos lábios (como ela gostaria) quando a minha avó morreu. Apertei a capa negra ao pescoço e lá fui eu em silêncio.

Fui ameaçado de morte no dia do meu casamento ainda antes de ter oferecido o copo d’agua ao som de musica pop japonesa. Não me quiseram baptizar (os padres, sempre os padres) e ainda assim, fui também abençoado.

Parei no meio de estradas desertas para fotografar arco-íris, fui convidado para visitar museus fechados, beber chá e comer scones. Já estive perdido no topo de uma montanha sem saber como descer… Mas desci.

Fiz exames de olhos fechados, e outros sem saber bem porquê. Decidi sempre por mim, o que queria fazer da vida.

Tenho uma filha que me diz que os livros são nossos amigos (não te esqueças miúda, até os maus livros servem sempre para alguma coisa). Tenho a quem amar.

Porque escrevo tudo isto agora? Sei lá eu se para o ano terei tempo para o fazer. Sei lá se para o ano cá estarei. Está dito, está dito. Para o ano tenho 40 anos e já vos disse como vai ser.

Pergunta a Patrícia mais ou menos a meio de Star Trek: First Contact. Há Star Trek sem Spock?

Ontem ao final da tarde, momento de família  Pai, mãe (por breves minutos e desconfio que só com um dos olhos aberto) e filha, no sofá, a ver Star Trek: First Contact que estava a passar num dos canais da ZON (TV Cine qualquer coisa se não me engano). E sim, a Patrícia trocou no alto dos seus 8 anos, os livros do quarto, os jogos e os filmes de animação do seu PC, pela televisão da sala, para ver Star Trek.

Star Trek First Contact

Foram quase duas horas de explicações detalhadas sobre a Enterprise, os Borg e viagens no tempo. Pelo meio ainda se levantaram questões sobre amor inter-espécie  e interfaces cibernéticos (percebo que as cenas entre Borg e Data não sejam de fácil entendimento por uma miúda de 8 anos mas ainda assim, não correu mal de todo).

Se prestei a atenção devida ao filme? Claro que não mas afinal, que é que isso interessa? Eu já tinha visto o filme e voltarei a ver certamente mas o que interessava realmente era que a Patrícia o estava a ver. E a gostar.

Sim, cada vez mais me convenço que não vai ser fácil, mas estou desejoso de ver o que o futuro nos reserva…

Numa nota final há ainda a registar que a Patrícia ficou muito agradada ao ver que afinal sempre apareceram Vulcanos no filme mas questionou-se porque não conseguia Zefram Cochrane fazer a saudação deste povo… “É tão fácil não é pai?”…

Não me entendam mal. O browserd.com não vai mudar de sitio. Vai continuar aqui, onde sempre esteve. No entanto, amargas considerações à parte, resolvi criar uma página para o browserd.com no Facebook.

Desafio browserd.com

O Facebook, não é novidade, é um verdadeiro oeste selvagem e como tal, o nome de utilizador browserd já existe criado por uma criatura de seu nome David Guest. Tem lógica não tem? Tem todo um sentido cósmico. Ou cómico. Adiante.

Assim, a página do browserd.com no Facebook está criada mas ainda não tem um endereço definitivo pois este será conseguido através da criação de um username especifico para a página ou seja, a oportunidade de ter uma página cujo URL seja algo com http://facebook.com/onomedouser, à imagem do que acontece por exemplo com a minha página pessoal no Facebook cujo endereço é http://facebook.com/pedrorebelo.

A página terá sempre o nome de browserd.com, independentemente do URL mas obviamente que não é desejável um URL completamente descontextualizado.  Chamar a página de browserd.com e ter um URL como http://facebook.com/paginadomeusite não tem piadinha alguma e, já que não pode ser da melhor forma, então que seja de uma forma engraçada (nota aos leitores: esta não é uma regra ok? É mesmo só porque se trata do Facebook).

Ora bem, http://facebook.com/browserdatfacebook, http://facebook.com/browserdnofacebook ou ainda http://facebook.com/browserd-no-livro-das-trombinhas são opções em cima da mesa. No entanto, não quero perder a oportunidade de tornar a coisa mais social e convidar-vos a participar na escolha do URL e como tal, o que vos peço é que utilizem o formulário de comentários abaixo e deixem as vossas sugestões.

Vamos arranjar um URL para a página do browserd.com no Facebook.

Há quanto tempo não vos digo que me falta tempo? Sim, falta de tempo continua a ser um problema critico aqui por estes lados e não me parece que possa vir a ser ultrapassado tão cedo mas…

I blog therefore I am

É certo que com a licenciatura terminada, sem aulas, sem piscinas constantes entre a Baixa e a Avenida de Berna, tenho mais tempo mas dai a ter mais tempo livre vai uma distancia das grandes. Eu sei que há quem pense o contrário mas, tal como a maioria das pessoas eu trabalho, com um horário daqueles… Pronto, mais ou menos normal.

Ainda assim, entre tudo aquilo que me consome as 26 horas do dia, lá tenho arranjado algum tempo para manter aqui o blog activo. Uns dias mais sonolento, outros mais animado, mas entre coisas sérias e bons momentos, o browserd.com vai dando sinais de vida.

Gostar de Jazz

Como se tal não bastasse, há uns tempos atrás, e num momento de re-descoberta de um certo gosto musical, pensei se não seria boa ideia fazer um blog especifico sobre o tema. Nesse caso em particular, Jazz. Mas não queria fazer uma coisa onde só vos espetasse valentes doses de clássicos do jazz pois é por ai que mais me encontro. Há muito quem o faça e certamente com muito mais conhecimento e autoridade do que eu ,e mesmo querendo que o novo blog fosse algo pessoal, pensei-o mais como uma experiência partilhada. Assim surgiu o My Jazz Festival.

Passo a passo, post a post, amigo a amigo, o My Jazz Festival torna-se naquilo em que pensei: um espaço em que uma série de pessoas com um gosto comum, partilham músicas, opiniões, gostos e desgostos… E dá-se o caso que algumas destas pessoas nem sequer se conhecem (mas vão conhecer, prometo. Festejaremos o primeiro aniversário do site juntos?). Já lá vão 3 meses e 5 autores: Este vosso que vos escreve, o Jorge Oliveira, o Nuno Nunes, a Vanessa Quitério e o misterioso ZZAJ (não perguntem. Ele um dia diz). A todos, desde já, o meu muito obrigado. Malta, estou a gostar.

Escrita para aqui, escrita para ali, e entre casa e o trabalho, ainda que uma mão vá agarrada ao varão do Metro, a outra vai livre e como se costuma dizer, mão ociosas são o instrumento do demónio e como tal, havia que arranjar o que fazer naqueles 10 minutos que levava a viagem de Arroios à Baixa-Chiado. Estava ali mesmo debaixo do meu nariz (e acreditem que o nariz é efectivamente um elemento fundamental neste caso): O Vidrão da minha rua.

O Vidrão em Lisboa

Na minha rua há um Vidrão que insiste em servir de lixeira. Quer atenção coitado. Se assim não for, ninguém dá por ele. Resolvi então dar-lhe uma ajuda e criei no inicio desta semana Um Vidrão em Lisboa – o dia a dia de um Vidrão na Rua Francisco Sanches em Lisboa. Uma foto e breves considerações e já está. Post feito. E são são assim 3 blogs.

Se arranjava tema para mais algum? Uns quantos. Mas por enquanto não tenho tempo. Aliás, foi aquilo que vos disse ali em cima, no inicio deste post não foi?