Imaginem a cena:
Num centro comunitário, passa um jovem vestido de Pai Natal, perto dos balneários, e vê um miúda nova, grávida, encostada aos cacifos, a preparar-se para fumar um cigarro. Começa o diálogo:
Rapaz: Não faria isso se fosse a ti. É assim que bebés se tornam anões.
Rapariga gravida: Adoro anões.
Rapaz: Eu também. Quem és tu?
Rapariga grávida: Sou a Marnie.
Rapaz: E o teu bebé, quem é o pai?
Rapariga grávida: Depende se for branco, ou negro, ou chinês, ou francês.
Rapaz: Bebezinhos castanhos são lindos.
Rapariga grávida: E gosto de bebés chineses, tanto quanto todo mundo.
Rapaz: Eu também.
Rapariga grávida: Seja quem for o pai, não está por aqui.
Rapaz: Então estás sozinha no mundo, excepto pelo organismo vivo crescendo dentro de ti?
Rapariga grávida: Parece que sim.
Rapaz: Acho que deveríamos sair pra beber um copo.
Rapariga grávida: Trocar umas histórias felizes.
Rapaz: Ver se temos gostos e interesses parecidos.
Rapariga grávida: Vencer barreiras emocionais.
Rapaz: E ter umas brigas enormes.
Rapariga grávida: O que foste fazer, seu idiota?
Rapaz: Desculpa miúda. Não sabia que era pra ser fiel, e ela tinha umas mamas enormes. Não volta a acontecer.
Rapariga grávida: A gente faz as pazes, e antes que perceba, estamos presos num relacionamento sério.
Rapaz: Essa seria a forma normal de fazer isso.
Rapariga grávida: Só há um problema: Não posso beber.
Rapaz: Então… Acho que podemos saltar o resto da conversa e ir direito ao sexo.
Na cena seguinte, já com o rapaz vestido de Pai Natal agarrado à rapariga grávida enquanto a amassa contra um dos cacifos, tentado a penetração por trás…
Rapaz: Não quero bater nos olhos do bebé…
Rapariga grávida (com uma meiga cara de loucamente apaixonada): Sê apenas gentil. Fode-me Pai Natal!
Uma das cenas iniciais do sétimo e ultimo episódio da segunda temporada de Misfits, o sucesso britânico que, uma vez mais, demora a chegar a Portugal.