Pronto. Está dito. Fosse eu um rapaz com juízo e começaria uma petição online intitulada:

“Queremos uma vaga para o Pedro Rebelo na cadeira Literatura e Cinema: Literatura Britânica e Norte-Americana no Ecrã da FCSH”

Que mais não fosse seria porque, uma cadeira que tem na sua bibliografia e filmografia obrigatória o Do Androids Dream of Electric Sheeps e o Blade Runner é uma cadeira que eu tenho mesmo que fazer…

Certo, está bem. Também lá está o Sense and Sensibility mas, vejam: The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde e The Great Gatsby… Diacho. O que há para não gostar?

Não sei se já referi mas, lembro-me agora… Blade Runner? A sério?

Eu sei, eu sei… Devia ter feito a inscrição na cadeira atempadamente. Por isso, e como referência a outra grande obra que podia perfeitamente ser incluída no programa (só não é certamente porque se trata de literatura Italiana), penitenziagite

A sério… Tratasse-se de um livro de Asterix e garanto-vos que estaria agora a prometer levar meias lajes daqui a Roma ou a suplicar bastonadas mesmo sem ter deixado cair o meu pedacinho de pão no tacho do queijo…

Era uma petição bonita não? Capaz de recolher umas quantas assinaturas… E depois, logo de seguida, fazia outra para que a cadeira mudasse de sala, porque aquela onde é leccionada actualmente, convenhamos, não leva mais gente… Nem em pé…

Literatura e cinema

Não me passaria pela cabeça sair do curso de Ciências da Comunicação na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e não ler Jorge Luis Borges. Não que toda a gente que passa por este curso tenha que o ler… Talvez devesse… Enfim, interesses são interesses, gostos são gostos, cada um tem os seus… Eu, garantidamente, tinha, tenho que o ler…

Já comecei. Por onde começar talvez seja uma pergunta difícil de responder. Segui conselhos sábios, de quem o conhece… Ficções.

Ficções é o nome do livro que estou a ler… Uma série de pequenos contos que, a cada página voltada, me deixam a pensar como raio não o li eu há mais tempo?

Até à data, e vou a meio, já tenho os meus favoritos. A Lotaria em Babilónia e A Biblioteca de Babel… Deusas, os sítios por onde viajei, os corredores que percorri, as escadas que subi sem nunca chegar a descer…

Jorge Luis Borges

Quanto ao foco, bem, tal como ele, focando mais à frente… E ainda vou a meio lembram-se?

Porque nem tudo pode ser tão sério como a vida que levamos, o mais recente livro de Tom Sharpe, O Legado de Wilt, pareceu-me um bom começo para leitura de férias. Aliás, não é a primeira vez que Tom Sharpe me acompanha em Setembro.

Tom Sharpe tem agora 82 anos e há pelo menos 20 que me faz rir de viva alma. Tenho todos os seus livros publicados em Português e não me lembro de um que não tenha gostado.

Wilt tem sido o seu personagem de estimação desde o livro com o mesmo nome que escreveu em 1976… Acho que o ultimo li deste azarado personagem foi em 2005. Wilt agora volta, em pleno século XXI e, ainda que as gargalhadas não sejam as mesmas, os sorrisos sinceros e as horas em que não pensei em outras coisas com menos graça, estão lá.

Foi um bom começo. A ver vamos que mais por ai vem…

Tom Sharpe - O Legado de Wilt

Nota para a Teorema: Gostava muito mais das vossas capas antigas… Sério…

Perguntei um destes dias no Twitter, onde comer em Vila Franca de Xira. As respostas foram parcas mas uma referência em comum aparecia em destaque: O Forno. Ainda que sem grandes detalhes, só me diziam que por lá se comia bem…

Chegados a Vila Franca, arrumadas as malas no hotel, entendemos por bem ouvir uma ultima opinião e perguntámos à recepcionista por um bom sitio para comer. Tendo em conta a resposta, não havia lugar a dúvidas: O repasto dessa noite seria no restaurante O Forno.

A porta fechada deixava ver lá dentro três ou quatro mesas ocupadas. Uma familia estrangeira, um casalinho de uma certa idade, um jantar de negócios entre dois velhos amigos (assim parecia) e um comensal solitário. Havendo mesa para tão diversos gostos, era um bom sinal de que haveria mesa para nós também.

Bem vindos. Mesa pronta de pão, queijo, azeitonas e um prato de melão maduro e presunto. Ficámos pelo pão com manteiga que de quando em vez vinha brindado com pequenos pedaços de chouriço. Guloso quanto baste.

Com a farta carta que nos foi apresentada, o problema colocava-se na escolha e a interrogação a quem nos servia deu, como era de esperar, frutos proveitosos.

Um arroz de tamboril com gambas para primeiro prato e uma espetada de lombo de porco para segundo. Sem grandes delongas nos foi servido o arroz do tal peixe que em fartura e apresentava tal como as gambas que compunham o nome do prato. Muito boa dose de arroz solto e bem apurado, onde o gosto picante que se quer neste prato dava cartas pelo tão certo que estava. Por pouco se alvitrava a possibilidade de a refeição ficar se por ali de tão satisfeitos que estávamos mas em boa hora, quem acompanhava a mesa se acercou perguntando se se mantinha o restante pedido. A casa sabe o que serve. Mantém-se pois então.

Terminado o arroz de tamboril chega então a espetada. Servidos no espeto pendurado, generosos nacos de lombo de porco entremeados com umas rodelas de chouriço que os temperavam, deixavam pingar o excesso de sabor sobre uma cama de batatas fritas caseiras que se faziam acompanhar de um clássico molho cocktail e um extraordinário molho de manteiga e alho, verde pelo tempero da salsa. A carne em si? Tenra e muito saborosa.

Regou-se a refeição com outro dos nossos gostos clássicos, um Quinta de Cabriz Reserva pois não nos pareceu desajustado tendo em conta que outras escolhas da carta estavam talvez um pouco esticadas no preço.

Por difícil que fosse, tal repasto não se poderia ficar sem uma sobremesa. Entre doces clássicos da restauração nacional e fruta, resolvemos aceitar a sugestão da casa e arriscar “a especialidade”: Um pêssego descascado. Nada de mais se este não fosse tão saboroso e se não se fizesse acompanhar por duas enormes bolas de gelado e algumas folhas verdes cobertas de compota de morango. Um festim à vista e ao paladar também.

A única mancha da noite foi o já famoso e famigerado “garoto clarinho” que não só estava escuro como tinha o leite azedo. Conta acertada e desculpas presentes, a noite terminava ainda assim com a garantia de que voltaremos ao “O Forno” e que estas palavras seriam escritas. O seu a quem o merece.

Restaurante O Forno
Tipo de cozinha: Portuguesa
Horário: Das 12:00 às 15:15 ao almoço e das 19h00 às 22:00 para jantar.
Encerra à Terça-feira
Preço médio: 25€
Morada: Rua Doutor Miguel Bombarda 143
2600-195 VILA FRANCA DE XIRA
Telefone: +351 263 282 106

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“A ficção cientifica era tida em muito pouca conta nesse tempo, de facto, estava mesmo abaixo da pornografia animal…”.

O que há para não gostar nesta revista?

Esta é a edição especial dedicada ao melhor da ficção cientifica britanica. Entre Torchwood e Misfit’s, venha o Diabo e escolha… Já não a devem encontrar nas bancas mas eu posso partilhar… Um pouco…